Ribeirão Preto, Domingo, 10 de Maio de 2009

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"Pente-fino" detecta crianças que têm dificuldade de fala

Projeto em escolas municipais também encontrou estudantes com problema de audição ou concentração

Prefeitura de Ribeirão vai firmar um convênio com a equipe para ampliar o atendimento a outros estabelecimentos da rede


DA FOLHA RIBEIRÃO

O projeto-piloto com fonoaudiólogos da USP (Universidade de São Paulo) estendido a cinco escolas municipais da região oeste de Ribeirão Preto detectou crianças com dificuldades de aprendizagem por terem problemas de audição, fala ou concentração.
As crianças foram encaminhadas para tratamento e dão sinais de evolução na escola.
Com o sucesso do projeto, o município agora irá firmar um convênio com a equipe para ampliar o atendimento a outras escolas da rede.
O trabalho, iniciado em 2007, contemplou as escolas Virgilio Salata, Alfeu Gasparini, a creche Roberto Taranto e as pré-escolas Maria Mont Serrat e Anita Procópio Junqueira.
Foram nas visitas que o excesso de ruído se fez notar e o grupo decidiu fazer a medição de decibéis na Virgilio Salata.

Visitas
As fonoaudiólogas visitaram as salas e fizeram uma triagem nos estudantes selecionados pelos professores que apresentavam dificuldades de falar e ouvir, trocavam letras ao escrever algo ou apresentavam dificuldade de se concentrar.
Também foram observadas alterações na face e se a criança tinha rouquidão.
Os alunos com problemas foram encaminhados para tratamento na rede pública. A intervenção permitiu que eles melhorassem o desempenho na escola e em casa, segundo a docente Luciana Voi Trawitzki.
É o caso de Aline (nome fictício), 9. Aluna da terceira série, ela tinha dificuldades em escrever e trocava muitas letras. Ela participou de rodas de leitura, que estimulavam as crianças a relacionar o som das palavras à escrita. "Hoje gosto de escrever. Ler às vezes é mais difícil porque a gente não entende algumas palavras."
Também os docentes foram conscientizados a não abusar da voz e a ingerir água. "Os professores relatam que as crianças estão mais tranquilas, reduziram os gritos e eles mesmos estão tomando mais cuidado em beber água", afirmou a pesquisadora Weslania Viviane do Nascimento, 24.

500 crianças
Desde o segundo semestre de 2007, o projeto atendeu aproximadamente 500 crianças. O atendimento veio suprir uma lacuna na rede, já que não existem fonoaudiólogas na Secretaria da Educação de Ribeirão, apenas na Secretaria da Saúde.
A pasta argumenta, em nota, que o atendimento à saúde das crianças é realizado em cooperação com a Secretaria da Saúde. Um exemplo é o mutirão realizado em fevereiro, de odontologia e acuidade visual, em mais de 40 escolas, que atendeu 12 mil crianças.


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