|
Próximo Texto | Índice
Jábali leiloa trólebus para pagar dívida e
tarifa de ônibus pode ir a R$ 0,99 em agosto
da Folha Ribeirão
O prefeito de Ribeirão Preto,
Luiz Roberto Jábali (PSDB), vai
leiloar os 22 trólebus da cidade
para tentar quitar uma dívida de
R$ 7 milhões com as três empresas permissionárias do transporte
coletivo e ainda pode reajustar a
tarifa de R$ 0,80 para R$ 0,99.
Para o superintendente da
Transerp, Hemil Riscalla, o valor
de R$ 0,99 é "psicológico" porque, na prática, a tarifa cobrada
pelas empresas seria R$ 1.
A prefeitura já havia concedido
sete linhas da Transerp S/A (Empresa de Transporte Urbano de
Ribeirão Preto) para exploração
das três concessionários alegando
que isso quitaria o débito.
À época, Jábali disse que a
transferência das linhas para as
empresas quitaria toda a dívida.
A proposta de aumento da tarifa ocorre uma semana depois de
as empresas assumirem as sete linhas que pertenciam à Transerp.
O reajuste vai ocorrer a partir de
1º de agosto. O aumento analisado é 15 pontos percentuais maior
que a inflação dos últimos 12 meses, segundo o IGP-M (Índice
Geral de Preços do Mercado), que
foi de 8,68%.
Segundo o superintendente da
Transerp, os trólebus que saíram
de linha serão leiloados, mas ainda não há data definida para o
processo ocorrer.
Para o presidente do Sindicato
das Empresas de Transporte Coletivo, Carlos Roberto Cherulli, a
venda dos veículos servirá para
abater a dívida da prefeitura com
as empresas, mas mesmo assim
ainda não encerra o assunto.
"A discussão (sobre quitação
total da dívida) ainda vai ficar para frente", afirmou ele.
Segundo dados do TCE (Tribunal de Contas do Estado), em 97 a
Transerp repassou R$ 18,7 milhões para as permissionárias, de
uma receita operacional de R$
24,3 milhões. Isso significa que as
linhas da Transerp arrecadaram
cerca de R$ 5,6 milhões em 97.
Justificativa
Sobre o reajuste nas tarifas,
Cherulli disse que o cálculo foi feito considerando os índices de aumentos do óleo diesel, equipamentos e mão-de-obra.
Segundo ele, só o combustível
teve um aumento de 40,5% no último ano. Além disso, houve, de
acordo com Cherulli, queda de arrecadação das empresas.
Ele disse que a redução na venda de passagens foi de quase 10%.
De acordo com a Transerp, em 98
foram transportadas 4,6 milhões
de pessoas, 7% menos do que em
97 (5 milhões de usuários).
Segundo Cherulli, as empresas
já protocolaram o pedido para
elaboração do estudo para o reajuste há 20 dias, mas até ontem
não obtiveram resposta.
De acordo com ele, a prefeitura
vai começar o estudo sobre a nova
tarifa nesta semana. No ano passado, as tarifas sofreram dois reajustes- o primeiro em janeiro e o
outro em junho, segundo acordo
firmado entre a prefeitura e o Ministério Público de Ribeirão.
Juntos, os dois reajustes chegaram a 22%. No final de 97, as passagens custavam R$ 0,65, passaram a R$ 0,75 até chegarem ao valor atual de R$ 0,80.
Conforme a Folha apurou, o
objetivo da administração era retardar o anúncio do novo preço
até que as linhas da Transerp fossem transferidas às três permissionárias do transporte.
Justiça
A transferência das linhas da
Transerp está sendo contestada
na Justiça.
Para o secretário-geral do Sindicato dos Empregados no Transporte Coletivo, João Henrique
Bueno, o reajuste da tarifa é considerado alto, já que o aumento do
salário é calculado com base na
inflação do período.
"A empresa negociou o reajuste
salarial dos motoristas e cobradores com base na inflação e tivemos um aumento de 3,88%. Agora, elas querem subir a passagem
em 23%", disse o sindicalista.
Ele acredita que, com a integração tarifária em dois meses, deve
haver novo aumento.
Usuários de ônibus da cidade
têm reclamado das mudanças no
transporte.
(CRISTIANE BARÃO)
Próximo Texto | Índice
|