Ribeirão Preto, Sexta-feira, 10 de Setembro de 2010

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Desperdício eleva falta d'água na região

Perdas na rede, preços baixos em cidades e ligações clandestinas contribuem para a redução de reservatórios

Chuva registrada no feriado prolongado não foi suficiente para amenizar o problema nas cidades da região


Silva Junior/Folhapress
Vazamento de água na rua Sargento Geraldo Berti, no bairro City Ribeirão; desperdício de água na cidade atinge 37%

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Não é só a estiagem prolongada que tem afetado o abastecimento de água nas cidades da região. O desperdício, as perdas, os preços baixos, as redes clandestinas e a inadimplência agravam a situação e colaboram para as interrupções no sistema.
A avaliação de prefeituras é de que, com a inadimplência, que chega a 34% no caso de São Carlos, parte dos consumidores migra para redes clandestinas, o que eleva o consumo de água.
Mas as perdas das próprias redes das administrações também contribuem para a redução dos níveis dos reservatórios, já em situação crítica por causa da falta de chuvas fortes de até 80 dias.
Das nove cidades que informaram as perdas à Folha, a que tem menor índice é Barretos, com 23%. Em São Carlos, chega a 54%.
Nem mesmo a chuva do feriado prolongado em alguns locais foi suficiente para amenizar o problema, agravado em Matão pelo uso desnecessário da população, segundo o superintendente da Caema (Companhia de Águas e Esgotos de Matão), Luiz Gonzaga Bussola.
"A população gasta mais do que necessita. Não temos como estimar, mas é comum encontrarmos o desperdício", afirmou. A inadimplência na cidade é de 30%, e a dívida chega a R$ 3 milhões.

PREÇO BAIXO
O valor cobrado pela água, considerado muito baixo em alguns municípios, também contribui para o aumento do consumo e, consequentemente, do desperdício. Em Bebedouro, por exemplo, para contas de até 10 m3, o valor cobrado é de R$ 12,45, abaixo da maioria das dez maiores cidades da região.
"Conseguimos aumentar o valor no ano passado e estamos fazendo um trabalho de conscientização com a população para mostrar a importância de controle do desperdício", disse o diretor do Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Bebedouro), Gilmar Aparecido Feltrin. Por quatro anos, o valor cobrado para 10 m3 na cidade foi de R$ 7.


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