Ribeirão Preto, Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2008

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Formação de professor é gargalo na região

Diagnóstico feito pelas prefeituras de Ribeirão, São Carlos e Franca aponta ainda a falta de creches e de planos de educação

Levantamento enviado ao MEC resulta no repasse de R$ 6,2 milhões da União para investimento na área de educação nas 3 cidades

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Professores sem formação adequada, falta de creches e de laboratórios de informática e ausência de Plano Municipal de Educação. Essas são as principais deficiências apontadas por Ribeirão Preto, Franca e São Carlos para pedir verbas e apoio técnico ao MEC (Ministério da Educação) visando resolver os problemas.
Considerando as dez maiores cidades da região, só Ribeirão, Franca e São Carlos já enviaram o diagnóstico do PAR (Programa de Ações Articuladas), que planeja como os municípios devem organizar suas ações até 2010 e como o governo federal pode oferecer financiamento e suporte técnico.
A adesão ao programa federal é voluntária. As três cidades deverão receber cerca de R$ 6,227 milhões para a correção dos problemas. Numa lista de 50 itens, em comum, as três cidades relataram que a qualificação profissional dos professores e gestores é insuficiente e pediram apoio do MEC para capacitá-los (veja quadro).
Ribeirão apontou dois problemas: formação profissional insuficiente, em especial na área de educação especial e falta de vagas em creches e pré-escolas. A cidade receberá R$ 113 mil para a educação especial, tanto para formar professores como para criar as chamadas salas de recursos, que oferecem apoio ao deficiente.
Franca foi a prefeitura que elencou o maior rol de falhas: 28. Deve receber, por isso, o maior montante: R$ 5,870 milhões. O principal problema apontado foi a carência na capacitação de professores.
Outras falhas são a fragilidade de conselhos escolares e do Plano Municipal de Educação e a falta de salas de informática e laboratórios. O raio-X descreve que é precária a oferta de atividades fora do horário de aulas.
São Carlos receberá R$ 233,7 mil para capacitar professores para lidarem com a educação inclusiva. A cidade apontou outros problemas como espaço limitado das salas e escolas depois que expandiu o ensino para nove anos e a falta de discussão entre as escolas do resultado em exames do MEC.
A Secretaria de Educação de Araraquara, a quarta maior cidade da região, informou que está concluindo o diagnóstico e deve enviá-lo em dez dias.

Em comum
As dificuldades apontadas na região coincidem com as das cidades brasileiras. O diretor de Articulação e Apoio aos Sistemas da Educação Básica do MEC, Romeu Caputo, afirmou que os maiores desafios são a formação de professores, infra-estrutura e criação de conselhos escolares.
Segundo o professor Rubens Barbosa de Camargo, da USP, as cidades deixaram de apontar outra carência: a demanda por alfabetização de adultos. "E a formação de conselhos e planos municipais ainda é muito incipiente, mais formal e sem capacidade de interferir nas decisões das escolas."


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