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Formação de professor é gargalo na região
Diagnóstico feito pelas prefeituras de Ribeirão, São Carlos e Franca aponta ainda a falta de creches e de planos de educação
Levantamento enviado ao MEC resulta no repasse de R$ 6,2 milhões da União para investimento na área de educação nas 3 cidades
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Professores sem formação
adequada, falta de creches e de
laboratórios de informática e
ausência de Plano Municipal de
Educação. Essas são as principais deficiências apontadas por
Ribeirão Preto, Franca e São
Carlos para pedir verbas e
apoio técnico ao MEC (Ministério da Educação) visando resolver os problemas.
Considerando as dez maiores
cidades da região, só Ribeirão,
Franca e São Carlos já enviaram o diagnóstico do PAR (Programa de Ações Articuladas),
que planeja como os municípios devem organizar suas
ações até 2010 e como o governo federal pode oferecer financiamento e suporte técnico.
A adesão ao programa federal
é voluntária. As três cidades deverão receber cerca de R$ 6,227
milhões para a correção dos
problemas. Numa lista de 50
itens, em comum, as três cidades relataram que a qualificação profissional dos professores e gestores é insuficiente e
pediram apoio do MEC para capacitá-los (veja quadro).
Ribeirão apontou dois problemas: formação profissional
insuficiente, em especial na
área de educação especial e falta de vagas em creches e pré-escolas. A cidade receberá R$ 113
mil para a educação especial,
tanto para formar professores
como para criar as chamadas
salas de recursos, que oferecem
apoio ao deficiente.
Franca foi a prefeitura que
elencou o maior rol de falhas:
28. Deve receber, por isso, o
maior montante: R$ 5,870 milhões. O principal problema
apontado foi a carência na capacitação de professores.
Outras falhas são a fragilidade de conselhos escolares e do
Plano Municipal de Educação e
a falta de salas de informática e
laboratórios. O raio-X descreve
que é precária a oferta de atividades fora do horário de aulas.
São Carlos receberá R$ 233,7
mil para capacitar professores
para lidarem com a educação
inclusiva. A cidade apontou outros problemas como espaço limitado das salas e escolas depois que expandiu o ensino para nove anos e a falta de discussão entre as escolas do resultado em exames do MEC.
A Secretaria de Educação de
Araraquara, a quarta maior cidade da região, informou que
está concluindo o diagnóstico e
deve enviá-lo em dez dias.
Em comum
As dificuldades apontadas na
região coincidem com as das cidades brasileiras. O diretor de
Articulação e Apoio aos Sistemas da Educação Básica do
MEC, Romeu Caputo, afirmou
que os maiores desafios são a
formação de professores, infra-estrutura e criação de conselhos escolares.
Segundo o professor Rubens
Barbosa de Camargo, da USP,
as cidades deixaram de apontar
outra carência: a demanda por
alfabetização de adultos. "E a
formação de conselhos e planos
municipais ainda é muito incipiente, mais formal e sem capacidade de interferir nas decisões das escolas."
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