Ribeirão Preto, Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009

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Ribeirão decide abrir creches nas férias

Decisão de Dárcy Vera contraria tese defendida pela secretária da Educação, que disse que local não é "depósito de crianças"

Anúncio foi feito antes de a Justiça decidir sobre ação na qual a Defensoria pede a abertura de creches e pré-escolas durante todo o ano


VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Prefeitura de Ribeirão decidiu que vai abrir as creches e a pré-escola durante os períodos de férias e de recesso escolar a partir do próximo dia 28.
O anúncio, feito ontem de manhã pela prefeita Dárcy Vera (DEM), contraria o que sempre defendeu a secretária da Educação, Débora Vendramini. À Folha, a secretária chegou a dizer que unidades infantis não poderiam ser tratadas como "depósito de crianças".
O comunicado feito pela prefeita ontem ocorreu antes que o juiz Paulo César Gentile, da Vara da Infância e Juventude, decidisse sobre a ação na qual a Defensoria Pública do Estado pede a abertura das creches e pré-escolas o ano todo. Em liminar, o TJ (Tribunal de Justiça) já havia decidido a favor da Defensoria. A Folha não conseguiu ouvir o juiz nem o defensor Victor Hugo Albernaz para checar se houve decisão.
Segundo Dárcy, a estimativa é que 500 novos funcionários, incluindo merendeiras, tenham que ser contratados em caráter emergencial. Para isso, serão chamados candidatos aprovados em processos seletivos já realizados.
O servidor que quiser trabalhar durante as férias terá o direito de receber da prefeitura pelos dias trabalhados, segundo Vendramini. A pasta estima que o custo da "operação férias" seja de R$ 6 milhões.
À tarde, na escola Carmem Massarotto, no Campos Elíseos, nenhum pai ou responsável pelas crianças havia sido avisado da decisão da prefeita. A Secretaria da Educação informou que os pais seriam comunicados a partir de hoje.
Avisada da mudança pela Folha, a esteticista Cristiane Amador, 35, mãe da aluna Julia Amador Lima, 5, disse não concordar com a decisão. "É desgastante para a criança, que já passa o ano na escola", disse.
Para Ana Paula Soares da Silva, pesquisadora do Centro de Integração sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil da USP de Ribeirão, a decisão da prefeita foi pautada por critérios da assistência social e não da educação. "Os períodos de recesso e férias escolares são importantíssimos para a formação de pessoal. A decisão é um retrocesso do ponto de vista da educação."


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