Ribeirão Preto, Domingo, 11 de Janeiro de 2009

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73% sonham morar em casas, diz pesquisa

Levantamento ouviu 350 famílias de ribeirão-pretanos da classe média; chácara também está nos sonhos de moradia

"As famílias querem um quintal grande, jardim, plantas", diz diretora de projetos; já os mais jovens preferem apartamento

Fotos Edson Silva/Folha Imagem
Luiz Gustavo e Regiane Leal passeiam com osfilhos Maria Eduarda e Cauã pelo condomínio Ouro Verde, onde compraram uma casa

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma casa grande, espaçosa, com amplo quintal e jardim. Ou mesmo uma chácara, com ares de fazenda, bem ao estilo do interior. Essas são as moradias dos sonhos do ribeirão-pretano de classe média, segundo pesquisa inédita realizada na cidade pelo Instituto Mercadotecnia no fim do ano passado.
Os dados mostram que 73% dos entrevistados afirmaram que sonham em morar em casa ou chácara. O resultado, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha, deixa à mostra as raízes interioranas e bucólicas do ribeirão-pretano.
"Trabalhamos a questão do desejo do ribeirão-pretano. E o resultado mostra as raízes, os traços interioranos. As pessoas querem um quintal grande, querem um jardim, querem plantas. E espaço, conforto e privacidade são itens que, na maioria das vezes, os apartamentos não oferecem", disse Sheila Garcia, diretora de projetos da Mercadotecnia e especialista no setor imobiliário.
O desejo de deixar o apartamento e morar em uma casa, no entanto, não se restringe à classe média, afirma José Batista Ferreira, diretor regional do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), mas o fator segurança refreia muitos desejos. "Normalmente a casa é maior, tem mais conforto e privacidade. Mas o fator segurança acaba pesando mais na escolha pelo apartamento."
A segurança é, de fato, um dos grandes empecilhos para a migração do edifício para a casa. "O cidadão, muitas vezes, abre mão do conforto em prol da segurança. Quem mora em casa sai e deixa o imóvel sozinho o dia todo, com o risco de ser assaltado quando volta. Isso acaba pesando bastante", disse Antonio Carlos Maçonetto, coordenador do Grupo Setorial das Imobiliárias da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
Os residenciais fechados de casas, com guarita e a mesma segurança dos prédios, "pipocaram" em Ribeirão na última década. "Pesquisas mostram que os itens relacionados à segurança são prioritários na hora de construir um empreendimento. Os residenciais têm a segurança do prédio com o conforto da casa", disse Sheila.
Esse tipo de empreendimento foi a escolha das famílias do supervisor de vendas Luiz Gustavo Rodrigues Silva e do dentista José Mario Cano (leia texto nesta página).
No entanto, especialistas ainda sentem a falta desse tipo de empreendimento voltado às classes B e C, já que o preço alto dos terrenos localizados em áreas privilegiadas acaba encarecendo o imóvel (leia texto nesta página).

Jovens
Nos sonhos imobiliários dos mais jovens, o apartamento deixa a casa na "rabeira". Na pesquisa, 39% dos entrevistados que afirmaram ter preferência por apartamentos têm entre 21 e 29 anos.
"O perfil daquele que prefere a casa é, tipicamente, mais velho, pois tem mais história, está enraizado na cultura do interior. As gerações mais novas e os solteiros preferem o apartamento", disse Sheila.
Uma coisa é pensar na moradia dos sonhos. Outra, é realizar o sonho. Além de procurar saber onde o entrevistado gostaria de morar, a pesquisa também mapeou onde mora a classe média de Ribeirão.
Cerca de 85% das pessoas ouvidas afirmaram que moram em casas. Mas, desse total, apenas 9% declararam morar em casas de alto e médio-alto padrão. A maioria dos entrevistados, 42%, mora em casas de médio padrão, e outros 31%, em casas de baixo padrão.
O instituto ouviu mais de 350 famílias, com renda média mensal entre R$ 2.000 e R$ 4.000, de todas as regiões de Ribeirão Preto.


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