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73% sonham morar em casas, diz pesquisa
Levantamento ouviu 350 famílias de ribeirão-pretanos da classe média; chácara também está nos sonhos de moradia
"As famílias querem um quintal grande, jardim, plantas", diz diretora de projetos; já os mais jovens preferem apartamento
Fotos Edson Silva/Folha Imagem
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Luiz Gustavo e Regiane Leal passeiam com osfilhos Maria Eduarda e Cauã pelo condomínio Ouro Verde, onde compraram uma casa
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma casa grande, espaçosa,
com amplo quintal e jardim. Ou
mesmo uma chácara, com ares
de fazenda, bem ao estilo do interior. Essas são as moradias
dos sonhos do ribeirão-pretano
de classe média, segundo pesquisa inédita realizada na cidade pelo Instituto Mercadotecnia no fim do ano passado.
Os dados mostram que 73%
dos entrevistados afirmaram
que sonham em morar em casa
ou chácara. O resultado, de
acordo com especialistas ouvidos pela Folha, deixa à mostra
as raízes interioranas e bucólicas do ribeirão-pretano.
"Trabalhamos a questão do
desejo do ribeirão-pretano. E o
resultado mostra as raízes, os
traços interioranos. As pessoas
querem um quintal grande,
querem um jardim, querem
plantas. E espaço, conforto e
privacidade são itens que, na
maioria das vezes, os apartamentos não oferecem", disse
Sheila Garcia, diretora de projetos da Mercadotecnia e especialista no setor imobiliário.
O desejo de deixar o apartamento e morar em uma casa,
no entanto, não se restringe à
classe média, afirma José Batista Ferreira, diretor regional
do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo), mas o fator segurança refreia muitos
desejos. "Normalmente a casa
é maior, tem mais conforto e
privacidade. Mas o fator segurança acaba pesando mais na
escolha pelo apartamento."
A segurança é, de fato, um
dos grandes empecilhos para a
migração do edifício para a casa. "O cidadão, muitas vezes,
abre mão do conforto em prol
da segurança. Quem mora em
casa sai e deixa o imóvel sozinho o dia todo, com o risco de
ser assaltado quando volta. Isso acaba pesando bastante",
disse Antonio Carlos Maçonetto, coordenador do Grupo Setorial das Imobiliárias da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
Os residenciais fechados de
casas, com guarita e a mesma
segurança dos prédios, "pipocaram" em Ribeirão na última
década. "Pesquisas mostram
que os itens relacionados à segurança são prioritários na hora de construir um empreendimento. Os residenciais têm a
segurança do prédio com o
conforto da casa", disse Sheila.
Esse tipo de empreendimento foi a escolha das famílias do
supervisor de vendas Luiz Gustavo Rodrigues Silva e do dentista José Mario Cano (leia texto nesta página).
No entanto, especialistas
ainda sentem a falta desse tipo
de empreendimento voltado às
classes B e C, já que o preço alto
dos terrenos localizados em
áreas privilegiadas acaba encarecendo o imóvel (leia texto
nesta página).
Jovens
Nos sonhos imobiliários dos
mais jovens, o apartamento
deixa a casa na "rabeira". Na
pesquisa, 39% dos entrevistados que afirmaram ter preferência por apartamentos têm
entre 21 e 29 anos.
"O perfil daquele que prefere
a casa é, tipicamente, mais velho, pois tem mais história, está
enraizado na cultura do interior. As gerações mais novas e
os solteiros preferem o apartamento", disse Sheila.
Uma coisa é pensar na moradia dos sonhos. Outra, é realizar o sonho. Além de procurar
saber onde o entrevistado gostaria de morar, a pesquisa também mapeou onde mora a classe média de Ribeirão.
Cerca de 85% das pessoas ouvidas afirmaram que moram
em casas. Mas, desse total, apenas 9% declararam morar em
casas de alto e médio-alto padrão. A maioria dos entrevistados, 42%, mora em casas de
médio padrão, e outros 31%, em
casas de baixo padrão.
O instituto ouviu mais de 350
famílias, com renda média
mensal entre R$ 2.000 e R$ 4.000, de todas as regiões de
Ribeirão Preto.
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