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FOCO
Primeiro morador do hotel retorna ao local após 54 anos
DE RIBEIRÃO PRETO
Vinda de Nápoles, sul da
Itália, a família de Giuliano
Galucci foi a primeira a ocupar o Grande Hotel Diederichsen em 1937. Decidido a
investir no segmento hoteleiro no interior de São Paulo,
algo inédito até então, Giuliano se mudou com a família
para Ribeirão Preto.
Bruno Galucci, 87, filho
único de Giuliano, tinha 12
anos e passou a morar na torre do hotel com a mãe.
"Quando chegamos, o prédio estava vazio. Fomos os
primeiros a dormir lá, logo
depois da inauguração."
Em pouco tempo, lembra
Bruno, o hotel passou a ser
considerado um dos mais importantes e inovadores do interior paulista.
"Fomos os primeiros a ter
água quente encanada nos
banheiros. Meu pai oferecia
banquetes para políticos importantes. Os cardápios eram
especiais e foram traduzidos
para até seis línguas."
Uma das imagens que
mais marcaram a infância de
Bruno foi a hospedagem no
hotel do então presidente da
República, Getúlio Vargas.
"Lembro claramente dele
saindo do elevador e indo até
o quarto. Em seguida, teve o
banquete, tudo muito bonito
e organizado."
Depois de 13 anos, Giuliano decidiu vender o negócio
e voltar para a Itália. Motivo:
queria descanso e, à frente de
um negócio tão grandioso,
era impossível relaxar.
Os anos se passaram, Bruno voltou ao Brasil -primeiro São Paulo e depois Rio -,
se casou e teve dois filhos.
Em 2004 decidiu voltar para
Ribeirão. "Minha filha morava aqui e precisava de mim
para olhar meus netos."
Depois de alguns meses
morando com a filha, Bruno
decidiu procurar um apartamento e logo se lembrou do
velho Diederichsen.
"Perguntei na portaria,
mas não tinha nenhum apartamento vago. Depois de uns
três meses, o porteiro me ligou e disse que tinha um lugar para mim. Gosto muito
daqui, apesar da decadência
do prédio hoje."
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