|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Politraumatismo matou rapaz, diz laudo
Pedreiro que teria sido flagrado furtando supermercado Dia% em São Carlos foi espancado por seguranças no banheiro
Delegado diz que falta apenas o depoimento de
um dos acusados para concluir o inquérito e que
o outro já confessou
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Laudo médico da Santa Casa
de São Carlos aponta que Ademir Peraro, 43, morreu de hemorragia interna e politraumatismo. Dois seguranças do supermercado Dia% de São Carlos são acusados de espancar e
causar a morte do pedreiro.
A agressão ocorreu na tarde
da última quarta. Segundo a polícia, Peraro foi levado até o banheiro privativo dos funcionários do supermercado, onde foi
agredido com chutes, socos e o
cabo de um rodo. Depois, foi
trancado no banheiro até o fechamento da loja, às 21h, quando foi libertado.
Os seguranças teriam flagrado a vítima furtando duas coxinhas, dois pães de queijo e um
creme de cabelo, somando R$
26 -a PM não foi acionada.
Segundo o delegado Geraldo
Souza Filho, o inquérito policial já concluiu que a vítima foi
espancada dentro do supermercado Dia%. Segundo ele falta apenas o depoimento do segurança Diego Luperini Bento,
24, para a conclusão do inquérito. "Ele foi indiciado e tem
que se apresentar." Rodolfo
Bastreli, 25, outro acusado, já
foi ouvido e, segundo o delegado, confessou o espancamento.
Ontem no supermercado onde Peraro foi agredido não havia nenhum segurança. Segundo funcionários, a loja rompeu
o contrato com Itapê Security,
empresa que prestava serviço
de segurança.
Uma funcionário do Dia%
que preferiu não se identificar,
disse que o clima ficava pesado
quando os dois seguranças estavam na loja. O biólogo César
Villaça Limole, 52, cliente do
supermercado, disse que os vigias eram muito fortes. "Eles
faziam uma ronda ostensiva."
José Carlos da Silva, 42, comerciante e vizinho de Peraro,
disse que a vítima era magra e
franzina. "Um menino de dez
anos podia agredir o Ademir.
Sem dúvida, ele não teve nenhuma chance de defesa."
"Mesmo que ele tenha furtado, o que eu não acredito, o certo seria chamar a polícia", afirmou Ubirajara Bernardo Roberto, 33, sobrinho da vítima.
O advogado da Itapê, Cláudio
Gonçalves, não foi encontrado
ontem. A assessoria de imprensa do Dia% reiterou que a rede
não tem culpa pelo crime, mas
está ciente de que pode responder processo civil.
Texto Anterior: Posto distribuiu 15 kits de Tamiflu em três dias Próximo Texto: Lei Antifumo: Bares de Ribeirão Preto usam estrutura para driblar a lei Índice
|