Ribeirão Preto, Terça-feira, 11 de Agosto de 2009

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Politraumatismo matou rapaz, diz laudo

Pedreiro que teria sido flagrado furtando supermercado Dia% em São Carlos foi espancado por seguranças no banheiro

Delegado diz que falta apenas o depoimento de um dos acusados para concluir o inquérito e que o outro já confessou

DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Laudo médico da Santa Casa de São Carlos aponta que Ademir Peraro, 43, morreu de hemorragia interna e politraumatismo. Dois seguranças do supermercado Dia% de São Carlos são acusados de espancar e causar a morte do pedreiro.
A agressão ocorreu na tarde da última quarta. Segundo a polícia, Peraro foi levado até o banheiro privativo dos funcionários do supermercado, onde foi agredido com chutes, socos e o cabo de um rodo. Depois, foi trancado no banheiro até o fechamento da loja, às 21h, quando foi libertado.
Os seguranças teriam flagrado a vítima furtando duas coxinhas, dois pães de queijo e um creme de cabelo, somando R$ 26 -a PM não foi acionada.
Segundo o delegado Geraldo Souza Filho, o inquérito policial já concluiu que a vítima foi espancada dentro do supermercado Dia%. Segundo ele falta apenas o depoimento do segurança Diego Luperini Bento, 24, para a conclusão do inquérito. "Ele foi indiciado e tem que se apresentar." Rodolfo Bastreli, 25, outro acusado, já foi ouvido e, segundo o delegado, confessou o espancamento.
Ontem no supermercado onde Peraro foi agredido não havia nenhum segurança. Segundo funcionários, a loja rompeu o contrato com Itapê Security, empresa que prestava serviço de segurança.
Uma funcionário do Dia% que preferiu não se identificar, disse que o clima ficava pesado quando os dois seguranças estavam na loja. O biólogo César Villaça Limole, 52, cliente do supermercado, disse que os vigias eram muito fortes. "Eles faziam uma ronda ostensiva."
José Carlos da Silva, 42, comerciante e vizinho de Peraro, disse que a vítima era magra e franzina. "Um menino de dez anos podia agredir o Ademir. Sem dúvida, ele não teve nenhuma chance de defesa."
"Mesmo que ele tenha furtado, o que eu não acredito, o certo seria chamar a polícia", afirmou Ubirajara Bernardo Roberto, 33, sobrinho da vítima.
O advogado da Itapê, Cláudio Gonçalves, não foi encontrado ontem. A assessoria de imprensa do Dia% reiterou que a rede não tem culpa pelo crime, mas está ciente de que pode responder processo civil.


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