Ribeirão Preto, Segunda-feira, 11 de Outubro de 2010

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Usinas antecipam fim da safra na região

Segundo representante da Unica, moagem da cana começa a ser finalizada na primeira quinzena de novembro

Estiagem prolongada deste ano agilizou a colheita, mas também dificultou a formação de parte dos canaviais

Edson Silva/Folhapress
Boias-frias trabalham no corte manual de cana-de-açúcar em canavial de propriedade rural localizada em São Simão

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Se em 2009 usinas da região passaram o Natal e o Ano-Novo em atividade, algumas entrando até no mês de janeiro em plena produção, neste ano a safra deve ser encerrada mais cedo.
A estimativa é que, dentro de pouco mais de um mês, as usinas comecem a finalizar a moagem da cana-de-açúcar. Em um ano considerado "normal", a produção iria ao menos até a primeira quinzena de dezembro.
"Com as usinas que a gente já conversou, falam que na primeira quinzena de novembro a safra começa a se encerrar", afirmou o representante da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) na região, Sérgio Prado.
Da mesma forma que o clima influenciou na ampliação da safra passada, em razão do excesso de chuvas, as questões climáticas, mais uma vez, irão interferir no planejamento das usinas.
Neste ano, porém, a estiagem prolongada é o principal fator. A falta de chuvas que se prolongou até a primeira quinzena de setembro é responsável por duas características nos canaviais.
A primeira, positiva, pois o tempo seco facilitou a colheita e reduziu os dias perdidos. Os números da Unica para a região Centro-Sul, maior produtora do país, refletem a agilidade dada à colheita e ao processamento da cana.
Até a primeira quinzena de setembro, foram processadas 417,19 mil toneladas de cana, ante 349,02 mil toneladas no mesmo período de 2009 -alta de 19,5%.
A outra característica causada pela estiagem, no entanto, é negativa e também vai influenciar na antecipação do fim da safra.
Parte dos canaviais, principalmente as plantas que foram colhidas tardiamente na safra passada em razão da chuva, não conseguiu se desenvolver de maneira ideal por causa da seca que durou até o mês passado.

REDUÇÃO
"De agosto para cá, essa cana precisava de um pouco mais de chuva, pois ainda não tinha completado o ciclo", disse Prado. Nem mesmo a chuva das últimas semanas vai mudar o quadro.
"Estamos em outubro e para colher essa cana até o fim de novembro, é pouco tempo para que ela venha a mostrar reação", afirmou o assessor da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Oswaldo Alonso.
Por isso, a cana que ainda não está pronta deve ser mantida nos canaviais por parte das usinas para a colheita só no início da próxima safra, segundo Alonso.
No fim de agosto, a Unica já havia reduzido a previsão de moagem da safra atual no Centro-Sul em 4,31% -de 595,8 milhões de toneladas para 570,9 milhões.
Nem todas as usinas, porém, devem antecipar o fim das atividades. Algumas que ainda terão cana no ponto de moagem devem aproveitar para ampliar um pouco a previsão inicial de produção.
Esse é o caso da Usina Batatais, a primeira a abrir a safra neste ano de forma antecipada, em março, por causa da sobra de cana da temporada passada. A usina deve moer até dezembro.
O presidente da Batatais, Bernardo Biagi, disse que, além de dar um "fôlego" para a safra atual, as chuvas das últimas semanas ajudaram na formação dos canaviais para temporada 2011/12.


Próximo Texto: Em 2009: Corte durou até depois do Natal
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.