Ribeirão Preto, Sexta-feira, 12 de Março de 2010

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Região exporta menos, mas ganha mais

Exportações no mês passado renderam US$ 1 para cada quilo de produto negociado, ante US$ 0,69 em fevereiro de 2009

Recuperaram espaço produtos de maior valor agregado, como sapatos de Franca e compressores fabricados em São Carlos

Silva Junior/Folha Imagem
Funcionário carrega peças de estanho da indústria White Soldier, instalada em Ribeirão; material é mandado para a Europa

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os exportadores da região de Ribeirão Preto conseguiram ganhar mais dinheiro no mês passado enviando ao exterior menor quantidade de produto.
Em fevereiro, as exportações nas dez maiores cidades da região renderam US$ 1 para quilo de produto negociado. No primeiro mês de 2009, a mesma quantidade foi vendida a US$ 0,69. Já em fevereiro do ano passado, o valor ganho para cada quilo exportado era ainda mais baixo: US$ 0,78.
O desempenho da balança comercial neste início de ano mostra que conseguiram recuperar espaço no mercado externo os produtos de maior valor agregado, que têm relação entre quantidade e preço mais elevado e tiveram queda brusca durante a crise.
São os casos dos sapatos produzidos em Franca e dos compressores de São Carlos. O principal tipo de calçado exportado por Franca teve alta de 6% nos dois primeiros meses deste ano, atingindo US$ 10,4 milhões em negócios.
No mesmo período, os equipamentos fabricados por São Carlos venderam 103% a mais, passando de US$ 11,9 milhões para US$ 33 milhões.
Para as cidades que exportam, produtos que alcançam maior rentabilidade são mais vantajosos por exigirem maior investimento em transformação e mão de obra.
É o processo pelo qual passa, por exemplo, o estanho trazido de Ariquenes (RO) para Ribeirão pela empresa White Soldier. De acordo com o presidente da fábrica, Wagner Torrente, o minério percorre três mil quilômetros, em caminhões, para passar por um processo de industrialização na unidade ribeirão-pretana.
Os produtos da White Soldier, que saem da região em estado semi-acabado, irão abastecer empresas da Europa e China, segundo Torrente.
Se fosse vendido diretamente de Rondônia para o exterior, em estado bruto, o minério teria rentabilidade menor, já que teria maior volume e custaria mais barato.
Com a maior queda nas exportações entre as cidades da região, Ribeirão teve o maior ganho de rendimento nas vendas. Isso porque, com o fechamento da Crystalsev, no final do ano passado, a cidade deixou de exportar açúcar, que tem a relação dólar por quilo baixa. A partir daí, ganharam espaço nos embarques aparelhos odontológicos, turbinas a vapor e peças feitas de estanho.
Vilão para as cifras do mercado externo de Ribeirão, o açúcar foi o grande responsável pelo crescimento das vendas em outras cidades. Impulsionada pelo produto, Jaboticabal se tornou a segunda maior exportadora da região em fevereiro, à frente de Matão, que exporta principalmente suco de laranja, commodity que teve transações menores no mês.
Também teve forte retomada no mercado mundial a carne processada pelos frigoríficos de Barretos. Os dois principais cortes de carne exportados pelo município somaram US$ 41 milhões nos dois primeiros meses deste ano, ante US$ 14 milhões no mesmo período do ano anterior -uma alta de 196%.


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