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VIOLÊNCIA
Duas crianças e um adolescente são assassinados após passeio a rancho na região; polícia não tem pistas
Chacina deixa 3 mortos em Jaboticabal
LUCIANA CAVALINI
enviada especial a Jaboticabal
Duas crianças e um adolescente
foram assassinados no fim-de-semana em Jaboticabal. Os três corpos foram encontrados ontem
num canavial na cidade.
Thales Bento Ferreira, 10, Fábio
Henrique Haneico, 18, e Belício
Nunes dos Reis Júnior, 12, estavam
desaparecidos desde anteontem à
tarde. Até ontem à noite, a polícia
não tinha pistas da autoria dos homicídios nem hipóteses sobre o
motivo dos crimes.
No sábado, eles tinham ido fazer
um passeio de bicicleta ao distrito
de Córrego Rico, onde a família de
Thales -proprietária de uma rede
de sorveterias na região- possui
um rancho.
Por volta das 17h de anteontem,
Thales conseguiu falar com seus
pais pelo telefone celular. O menino disse que ele e seus amigos estavam perdidos em uma plantação
de amendoim, mas achavam que
poderiam retornar para casa.
A família foi então à procura dos
três, mas não conseguiu encontrá-los. As buscas ocorreram até as
4h30 de ontem, sem sucesso.
"Logo depois da ligação de Thales, o pai dele saiu de moto e eu peguei meu carro para procurar os
três", disse Manoel Bento Ferreira,
avô de Thales. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 20h de anteontem e também realizou buscas
durante a madrugada.
Os corpos só foram localizados
após vôos de ultraleve, feitos pelo
empresário Anselmo Bellodi.
Os três foram achados dentro de
um equipamento agrícola num canavial próximo à rodovia Carlos
Tonani, por volta das 12h30.
Cada um deles tinha três tiros: no
peito, na cabeça e no ouvido. As bicicletas estavam ao lado dos corpos. O único objeto do qual a família sentiu falta foi o celular que estava com Thales.
Violência
Com as do fim-de-semana, Jaboticabal -cidade com 65 mil habitantes- registra cinco mortes violentas neste ano. Em todo o ano
passado, foram seis.
Até o ano passado, a cidade raramente registrava casos de violência. Jaboticabal chegou a ficar seis
meses sem um registro de roubo,
segundo a polícia.
"Roubo e homicídio eram coisas
raras aqui. De dois meses para cá, a
violência ocorre com mais frequência na cidade", disse o delegado Osvaldo José da Silva.
O crime chocou os moradores.
Ontem à tarde, pessoas que nem
conheciam as famílias dos garotos
foram até o cemitério aguardar a
liberação dos corpos.
"Vim em sinal de solidariedade
com as famílias. Tenho filhos pequenos e o mesmo poderia acontecer com eles. Só de pensar, fico
apavorada", disse a professora
Luiza Teresinha Olita.
"A situação é muito grave e deixa
a população alarmada. Mas considero os homicídios dos garotos um
caso isolado", afirma o delegado
Adelson Taroco.
Colaborou Luís Eblak, editor-assistente da Folha Ribeirão
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