Ribeirão Preto, Terça-feira, 12 de Maio de 2009

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Cresce participação dos radares nas multas em Ribeirão

Seis em cada dez infrações aplicadas no primeiro trimestre deste ano no trânsito foram por excesso de velocidade

Por outro lado, o total de multas nesta gestão caiu 21,2%; superintendente diz que o aumento de agentes pode explicar efeito


Silva Junior/Folha Imagem
Radar móvel "mira' carro acima da velocidade máxima na av. Costábile Romano, em Ribeirão


LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Caiu 21,2% o total de multas de trânsito aplicadas em Ribeirão Preto no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008. Por outro lado, aumentou a participação das infrações registradas pelos radares na cidade.
Dados da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.) mostram que seis em cada dez multas no primeiro trimestre de 2009 em Ribeirão vieram dos três radares móveis e dois fixos -59% das infrações.
Em todo o ano passado, a participação dos radares no total de multas foi de 46%. Em 2007, apenas 37% das multas foram aplicadas pelos radares.
O crescimento das multas flagradas pelos radares é reflexo direto do aumento de aparelhos. Em 2008, dois radares, ambos móveis, faziam a fiscalização. Em fevereiro, a Transerp passou a usar um terceiro aparelho, até então um estepe.
Em 26 de março, dois novos aparelhos fixos na avenida Celso Charuri (um em cada sentido da pista) começaram a emitir multas. No último sábado, um dos aparelhos móveis foi jogado ao chão por um motociclista e passa por manutenção (leia texto nesta página).
A Transerp diz que planeja alterar a fiscalização nos próximos meses, trocando os aparelhos móveis por fixos. Em dezembro, antes de tomar posse, a prefeita Dárcy Vera (DEM) anunciou que sua intenção era manter apenas radares fixos.
Ontem, ela voltou a afirmar que não concorda com o "efeito surpresa" dos radares móveis, mas disse que ainda não discutiu o assunto com a Transerp.
De acordo com Paulo Crestani, gerente de fiscalização de trânsito da empresa, a mudança já vem sendo discutida.
"Vamos partir para essa direção. Todas as cidades com trânsito municipalizado adotaram os radares fixos. É um plano que a empresa mantém de pé, não sabemos quando, mas será o mais breve possível", disse o gerente de fiscalização.

Indústria da multa
Os dados da Transerp também mostram que 2009 começou com queda no número absoluto de multas -o que inclui, por exemplo, andar sem cinto, falar ao celular e estacionar em local proibido. No primeiro trimestre deste ano foram 28.107 multas, contra 35.708 no mesmo período de 2008.
William Latuf, superintendente da Transerp, disse que é difícil saber o motivo da queda das multas, mas arrisca um palpite. "Precisamos investigar os motivos desta queda, mas neste ano reforçamos a fiscalização, estamos com 24 marronzinhos. O aumento operacional pode ter influenciado na queda das multas", afirma ele.
Na verdade, Ribeirão Preto tinha 25 marronzinhos trabalhando no primeiro trimestre de 2008. O número caiu para abaixo de 20, mas só a partir do segundo semestre.
Segundo Crestani, a Transerp adotou uma nova política de multas. "Estabelecemos mais critérios operacionais e técnicos. O agente de trânsito não é um fabricante de multas, mas, sim, um operador de trânsito que serve à comunidade. A solução está na educação no trânsito", afirmou ele.
Para o especialista em trânsito e transporte José Bernardes Felex, da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos, a solução não está no radar fixo, nem no móvel.
"Não vejo o radar como um elemento eficiente. Ele deve ser um objeto apenas de apoio dentro de um universo de outras ações de educação no trânsito", disse.


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