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Justiça manda Araraquara repor docentes em 15 dias
Faltam professores nas escolas da rede municipal desde o início deste ano
Decisão tem mais três itens; se não cumprir, a prefeitura deverá pagar multa diária de dez salários mínimos
LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO
A Justiça determinou ontem que a Prefeitura de Araraquara resolva em quinze
dias a falta de docentes nas
escolas de ensino fundamental, que se arrasta desde o início do ano letivo. Se não o fizer, a administração de Marcelo Barbieri (PMDB) terá de
pagar uma multa diária de
dez salários mínimos.
A prefeitura também deverá apresentar -e executar-
nesse prazo um plano para
repor as aulas perdidas. A
ação foi movida pelo Ministério Público.
Segundo a decisão do juiz
da Vara da Infância e Juventude, Silvio de Moura Salles,
o número de docentes a ser
admitidos tem que ser suficiente para solucionar o problema que atinge quase todas as escolas da rede.
Das 13 escolas de ensino
fundamental, 12 afirmaram à
Promotoria esta com o quadro de docentes incompleto.
Com "janelas" entre as aulas, muitos alunos são obrigados a esperar no pátio, sem
nenhuma atividade, conforme a Folha verificou na semana passada. Outros são
dispensados mais cedo.
A Secretaria da Educação
reconheceu a falta de professores e disse que realiza atividades com os estudantes
"quando possível".
Uma terceira exigência do
juiz é que a secretaria elabore
um conjunto de diretrizes para repor faltas eventuais de
docentes, como em caso de
afastamentos, demissões e
exonerações.
Por último, o juiz determinou que a prefeitura abra e finalize concurso público para
a contratação de professores
em três meses. Nesse período, todas as vagas ocupadas
por substitutos devem ser
preenchidas.
Qualquer determinação
que não for cumprida acarretará a aplicação da multa diária de dez mínimos.
Procurada, a prefeitura informou que ainda não recebeu a intimação, mas que vai
entregar à Justiça na próxima
segunda-feira o número de
professores que foram contratados desde abril.
Há dez dias, o secretário
da Educação, Antônio Martins, disse à Folha que faltavam pelo menos 20 professores na rede.
A falta de docentes foi
agravada neste ano pelo fim
da carga suplementar, que
permitia aos professores efetivos pegar aulas para substituir quem estava de licença.
Por conta da carga suplementar, o Sismar (Sindicato
dos Servidores Municipais de
Araraquara) moveu uma
ação contra a prefeitura em
2008. A Justiça deu parecer
favorável, em primeira e segunda instâncias, o que deve
obrigar a administração a pagar cerca de R$ 10 milhões
aos professores.
O valor é uma estimativa
das horas extras que não foram pagas em dobro -a prefeitura pagava hora normal
pela carga suplementar. O
pagamento deve ser retroativo a cinco anos.
A prefeitura disse que
aguarda a liquidação da sentença para negociar e calcular os valores devidos.
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