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Expositores querem Feira do Livro em outro lugar
Livreiros reclamam que adolescentes nos corredores espantam clientes
Mesmo com um espaço próprio, na Cervejaria Paulista, jovens ainda lotavam a praça para conversar e ver amigos
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
A Feira do Livro de Ribeirão Preto cresceu em dez
anos a ponto de ser comemorada pela prefeitura como "a
maior do país nesse formato". Mas o mesmo formato já
não agrada mais aos expositores do evento.
Ontem, no segundo dia da
feira, por volta das 11h30, a
principal razão de queixas
das editoras repetiu-se: o público "não leitor", principalmente adolescentes, lotou os
corredores.
Os jovens "atrapalham" a
circulação dos interessados
em comprar livros, segundo
representantes de editoras
ouvidos pela reportagem.
Para o promotor de vendas
da editora Paulinas, Rodrigo
Antunes, 30, a feira "cresceu
muito" e a praça 15 de Novembro "já não comporta
mais" o evento.
O proprietário da Centauro
Editora, Almir Faga, 31, sugeriu uma cobrança tipo "consumação". "O valor pago pelos visitantes na entrada poderia ser consumido em livros. Assim, somente os realmente interessados viriam."
A prefeita Dárcy Vera
(DEM) não quer modificar.
"Eu não concordo com essa
história de mudar a feira",
disse ela na última terça-feira, quando acompanhou a
instalação dos estandes.
A quantidade de adolescentes nos corredores da feira tem um motivo, "mas não
são os livros", segundo a estudante Fabiana Dias, 14. Para ela e a amiga Tairiny
Aguiar, 16, o "legal é encontrar amigos."
A presidente da Fundação
Feira do Livro, Isabel de Farias, disse que a mudança do
evento para outro lugar está
"fora de cogitação".
Farias afirmou ainda que,
apesar das queixas, os adolescentes estão no lugar propício para despertar o interesse pela leitura.
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