Ribeirão Preto, Terça-feira, 12 de Julho de 2011

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Consulta na fila da prótese leva 6 meses

Paciente é obrigado a esperar prazo para passar pela primeira consulta no centro de reabilitação de Ribeirão

Estado diz que a espera é a mesma de quando o Núcleo de Gestão Assistencial de Ribeirão atendia os pacientes

Silva Junior/Folhapress
A vendedora Fernanda Elizabeth Carlos, 41, com as próteses recebidas para sua filha de 14 anos, que não se adaptou

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

Pacientes que precisam de próteses, órteses e cadeiras de rodas têm de esperar até seis meses para passar pela primeira avaliação no Centro de Reabilitação Lucy Montoro de Ribeirão Preto.
Os dados são do NGA (Núcleo de Gestão Assistencial) de Ribeirão, que deixou de fornecer equipamentos ortopédicos em julho do ano passado por determinação do DRS (Departamento Regional de Saúde).
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o tempo de espera é o mesmo do período em que o núcleo de especialidades atendia os pacientes. O número de pessoas que esperam pelas próteses não foi informado.
O coordenador do ambulatório de apoio à pessoa com deficiência do NGA, Luiz Pasqualin, diz que não havia fila para a primeira consulta antes da transferência dos pacientes. A espera do NGA, segundo Pasqualin, era referente à entrega das próteses e órteses.
"Em algumas épocas, a espera chegou a três ou quatro anos porque o dinheiro não era nosso, era do Estado."
Atualmente, o ambulatório encaminha cerca de 20 pacientes ao mês -entre casos novos e antigos- para o centro de reabilitação, que fica no complexo do Hospital das Clínicas de Ribeirão.
Além de reclamações pela demora para a avaliação de pacientes com deficiência, Pasqualin disse que tem recebido queixas de falta de acompanhamento no centro Lucy Montoro. "Como eles não marcam retorno, a pessoa não sabe onde recorrer."
A vendedora Fernanda Elizabeth Carlos, 41, conta que não sabe bem o que fazer com as próteses da filha Mariana, 14, portadora de má-formação congênita.
Em dezembro do ano passado, o centro de reabilitação forneceu novas próteses para a adolescente, mas ela não se adaptou. Segundo a mãe, a jovem não sente segurança com o novo equipamento para caminhar e fazer suas atividades normalmente.
"Quando fomos tirar as medidas, expliquei para o médico que ela tinha gostado muito do sistema da prótese antiga. Ele fez anotações na hora, mas não sei se não entendeu ou se não podia por conta do preço", disse.
Como não foi marcado um retorno para a verificação da adaptação de Mariana, Fernanda disse que não sabe bem a quem recorrer. "Fui bem atendida lá, mas faltou esse acompanhamento."
Enquanto a situação não se resolve, Mariana segue usando as próteses antigas, que estão apertadas.
Segundo Pasqualin, pacientes procuram o ambulatório do NGA para buscar apoio porque não conseguem voltar ao centro de reabilitação. Ele disse que o núcleo quer renegociar com o Departamento Regional de Saúde a redistribuição do fluxo de pacientes com o centro.


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