Ribeirão Preto, Sábado, 12 de Setembro de 2009

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Aluno dá facadas em colega na sala de sala

Adolescente de 16 anos de uma escola de Ribeirão se desentendeu com colega de 15 anos por causa de um lugar na classe

Vítima sofreu ferimentos leves na nuca e na cabeça e permanece internado em observação na Santa Casa; agressor foi apreendido


Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Oadolescente que levou facadas na cabeça e na nuca aguarda na emergência da Santa Casa

DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Um adolescente de 16 anos esfaqueou um colega de 15 dentro de uma sala de aula da escola estadual Jenny de Toledo Piza Schroeder, na periferia de Ribeirão Preto, ontem de manhã. A vítima foi ferida na nuca e na cabeça, foi socorrida e não corre risco de morte.
O crime foi cometido porque, segundo a delegada da Diju (Delegacia da Infância e Juventude), Marina Franco da Rocha, os dois se desentenderam por causa de um lugar para se sentar na classe. Ambos cursam o 1º ano do ensino médio.
Após a discussão, o adolescente saiu da escola, foi até sua casa pegar uma faca de cozinha, voltou para a sala e agrediu o colega, que continua internado na Santa Casa porque um pequeno pedaço da faca ficou alojado na sua cabeça. O agressor foi apreendido em flagrante por tentativa de homicídio e encaminhado para a Fundação Casa (ex-Febem).
O agressor disse à polícia que era vítima de constantes agressões e gozação por parte dos colegas. O pai disse que o filho já havia comentado que desejava mudar de escola devido a problemas de relacionamento.
Após o menino esfaqueado ser socorrido, o agressor foi isolado em uma sala, onde sofreu uma tentativa de agressão por parte de outros alunos, que atiraram pedras. O adolescente não foi atingido, mas as pedras danificaram a porta e as janelas da sala. Ninguém foi responsabilizado pelos danos ao patrimônio - a PM alegou que a identificação ficou impossível porque quase todos os alunos participaram do ato.
"Foi um momento de raiva do outro menino, infelizmente", disse a mãe da vítima. Ela afirmou que, antes de decidir o que fazer, vai conversar com a mãe do agressor. "Deve estar sendo muito difícil para ela."
O pai do agressor disse que vai tirar o filho e sua outra filha, de 15 anos, da escola. Para ele, o filho agiu em um momento de raiva. Em depoimento, o rapaz disse que não tinha a intenção de matar o colega.
Segundo o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP em São Paulo, Renato Alves, 38, há indícios de "bullying" -atitudes agressivas intencionais adotadas por um ou mais estudantes contra outras pessoas- ocorrendo na escola.
Segundo ele, a escola falhou em não dar atenção a pequenos conflitos que podem dar origem a algo maior, como o crime. "A escola é um local de conflito, e é uma das funções da escola ensinar os alunos a lidar com problemas assim", disse.


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