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Construtoras "avançam" no caixa da prefeitura neste ano
36 firmas do setor receberam mais de R$ 200 mil dos cofres da Prefeitura de Ribeirão
No ano passado, apenas 16 empresas alcançaram os R$ 200 mil; secretário de Obras diz que fato se deve ao aumento dos recursos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Dobrou o número de construtoras que receberam mais
de R$ 200 mil da Prefeitura de
Ribeirão Preto de janeiro a novembro deste ano em relação
ao mesmo período de 2007.
Segundo levantamento feito
pela Folha com base na relação
dos maiores pagamentos efetuados pela administração do
prefeito Welson Gasparini
(PSDB), 32 empresas de engenharia faturaram juntas neste
ano R$ 26,9 milhões contra as
16 que levaram cerca de R$ 16,4
milhões por serviços e obras no
ano passado.
Apesar de ter transformado a
cidade em um canteiro de
obras neste ano de eleição municipal, Gasparini não conseguiu se reeleger: foi superado
por Dárcy Vera (DEM), que
venceu já no primeiro turno.
No ranking geral dos que receberam verba da prefeitura, as
construtoras só perdem para a
folha de pagamento dos funcionários, para os contratos e convênios da Secretaria da Saúde
-que somaram aproximadamente R$ 50,9 milhões, incluindo recursos do SUS (Sistema Único de Saúde)- e para os
repasses a autarquias e estatais
como o Daerp (Departamento
de Água e Esgotos de Ribeirão
Preto), IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários) e
Cohab.
Segundo o secretário de
Obras Públicas de Ribeirão,
Wilson Laguna, o número de
obras e serviços de engenharia
contratados pela prefeitura foi
maior neste ano pela disponibilidade de recursos no Orçamento. "Já havia crescido no
ano passado, mas antes não havia dinheiro. No primeiro ano
de governo, nós tínhamos um
Orçamento de R$ 500 milhões
e vamos para R$ 1 bilhão no
ano que vem", disse Laguna.
Neste ano, a construtora que
mais recebeu recursos do município, R$ 4,879 milhões, foi a
Ambiental, de Ribeirão Preto.
Atualmente, a empresa mantém três dos principais contratos de manutenção da prefeitura, o de limpeza de bocas-de-lobo, o de poda e extração de galhos e o de sepultamentos e
manutenção nos cemitérios da
Saudade e Bom Pastor.
Além disso, segundo Paulo
Roberto Nogueira, diretor de
operações da empresa, a Ambiental é responsável por três
reformas de grande visibilidade licitadas este ano: a da rodoviária, a da praça das Bandeiras, onde fica a Catedral Metropolitana, e a do parque Maurílio Biagi, todas no centro.
O secretário de Obras nega
que o número de licitações tenha aumentado em decorrência das eleições. "Muitas licitações começaram a ser preparadas no ano passado e foram
concluídas neste ano. São processos complicados, burocráticos e não temos como fugir disso na gestão pública", disse.
No setor privado, abaixo das
empresas de engenharia, os
maiores pagamentos da prefeitura vão para as empresas de
segurança privada, que têm
contrato com a Secretaria da
Educação de Ribeirão.
Tanto em 2007 como neste
ano, o montante pago às duas
empresas que prestam serviço
às escolas da rede municipal, a
Albatroz e a Ciaserv, superou
os R$ 4 milhões: R$ 4,55 milhões no ano passado e R$ 4,79
milhões neste ano.
A Folha não conseguiu ouvir
ontem à tarde o superintendente da Guarda Civil Municipal, Erick Cunha Junqueira,
responsável pela segurança dos
prédios públicos.
Outra despesa da prefeitura
que aumentou foi o pagamento
de sentenças judiciais. Neste
ano, foram gastos cerca de R$
20,62 milhões levando-se em
consideração apenas os valores
superiores a R$ 200 mil. No
ano passado, foram pagos R$
4,96 milhões entre janeiro e
novembro.
Celso Malerba, secretário-adjunto dos Negócios Jurídicos
de Ribeirão, afirmou que os valores correspondem a indenizações e ações trabalhistas.
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