Ribeirão Preto, Domingo, 13 de Fevereiro de 2011

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Especialista prega rigor no combate a "piratas"

Para veterinário, evento clandestino põe em risco peão, animal e público

Segundo diretor de Os Independentes, 800 rodeios legais deveriam ser interditados por não seguir as normas

DE RIBEIRÃO PRETO

O veterinário Orivaldo Tenório de Vasconcelos, coordenador do Ecoa (Centro de Estudos do Comportamento Animal), órgão ligado à Unesp de Jaboticabal, diz que os rodeios clandestinos realizados em Ribeirão Preto são criminosos e precisam ser combatidos com rigor.
Segundo ele, os eventos colocam em risco não só a vida de peões e animais, como também do público que assiste as montarias ao vivo.
Vasconcelos explica que tudo nesses rodeios é irregular. A começar pela arena, que deve ter grade com no mínimo 2,2 metros de altura.
Ele diz que, se for menor que isso, os animais, tanto touros como cavalos, podem saltar e atingir o público.
"São princípios básicos, mas que não são cumpridos pela maioria dos rodeios, nem mesmo aqueles que se dizem regularizados."

SEGURANÇA
Segundo o diretor de rodeio da associação Os Independentes, de Barretos, Marcos Abud Wohnrath, dos 1.500 eventos legalizados que ocorrem anualmente no país, 800 deveriam ser interditados, pois não seguem as normas básicas de segurança.
"Faz 20 anos que lutamos para mostrar que o rodeio pode ser um evento bom, que não agride os animais. Tudo isso vai por água abaixo com esses eventos irregulares e clandestinos", afirmou.
Entre as irregularidades cometidas nos rodeios ilegais, Vasconcelos afirma que uma das mais graves é o uso das esporas de pontas -condenadas por entidades de proteção aos animais.
"As esporas usadas em competições profissionais são arredondadas e ainda assim podem machucar o animal, por isso o uso das de pontas é tão grave."
Outra falta grave deste tipo de evento irregular é a falta de um veterinário no local. De acordo com Vasconcelos, a legislação prevê que um profissional esteja presente durante toda a competição.
"É o veterinário quem vai fiscalizar a situação dos animais e garantir que nada de errado aconteça com eles."
Para o especialista, cabe aos órgãos públicos fiscalizar e coibir essa prática.
"Se isso não for feito com eficiência logo teremos tragédias acontecendo nessas arenas irregulares."
Segundo especialistas da faculdade de veterinária da Unesp de Jaboticabal, a força do coice com uma das patas de um touro de cerca de 600 kg em uma pessoa de 1,70m de altura, que está a um metro de distância, equivale ao impacto de 300 quilos.
Esse impacto é suficiente para quebrar uma placa de aço e, dependendo de qual parte atingir, pode até matar uma pessoa. (HÉLIA ARAUJO)


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