Ribeirão Preto, Sábado, 13 de Março de 2010

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Secretaria decide suspender vacinação em hemocentros

Em Ribeirão, dez doadores de sangue foram imunizados, um fora do grupo de risco

Núcleos receberam a permissão de vacinar os doadores, mas alerta da Anvisa fez o Estado recuar e suspender a prática

LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Secretaria de Estado da Saúde decidiu suspender nesta semana a vacinação contra a gripe suína em hemonúcleos para doadores de sangue. No Hemocentro de Ribeirão Preto, dez pessoas chegaram a ser imunizadas após a doação, um deles fora da faixa etária determinada pelo Ministério da Saúde -de 20 a 39 anos.
Desde a segunda-feira, além da vacinação de profissionais de saúde em todo o país, hemocentros também tinham a permissão do Estado de aplicar a vacina. O temor é que poderia faltar sangue depois da campanha de imunização porque os doadores teriam que cumprir uma "quarentena".
Um alerta, porém, emitido logo na segunda, no final do dia, fez com que o Estado mudasse os procedimentos e vetasse a vacinação em hemocentros. A partir de terça-feira, segundo a assessoria de imprensa do hemocentro, a secretaria retirou as 290 doses da vacina.
De acordo com a secretaria, a mudança ocorreu no mesmo dia porque a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre o intervalo para doar sangue ao receber vacina de uma gripe comum é de 30 dias. No entanto, para o vírus H1N1, o prazo é menor, de 48 horas.
Segundo o Ministério da Saúde, a diferença entre as datas deve-se ao tipo de vírus. Para a gripe comum, é injetado um vírus mais fraco, e o organismo precisa de um mês para se imunizar. No caso da gripe suína, seria um vírus em outro estágio, quase "morto" e, por isso, o corpo se recupera em tempo menor, em 48 horas.
Entre as dez pessoas imunizadas em Ribeirão, está um jovem de 19 anos e seis meses. Embora ele não faça parte dos grupos definidos pelo ministério, tomou a vacina para gripe suína. A falha foi reconhecida pelo Hemocentro, que disse que não haverá prejuízos para a saúde do paciente.
"Eu só soube depois que a vacina era para quem tinha mais de 20 anos. Perguntaram se eu queria a vacina e eu quis", disse o porteiro Marcos Paulo Batista da Silva, 19. Ele tomou a dose na terça-feira pela manhã, junto com outros três doadores e, em seguida, ouviu uma enfermeira avisar que a vacinação seria interrompida.
No dia seguinte, Silva sentiu mal-estar, vômito e dor de cabeça, mas não soube dizer se foi reação da vacina. "Acordei me sentindo mal, mas disseram que podia ser dengue, uma virose ou a reação. Fui ao posto de saúde, tomei remédio e no dia seguinte estava melhor."
O Ministério da Saúde disse que os efeitos colaterais da vacina são leves, como febre baixa e dor local. No caso de Silva, em que a vacina foi dada após a doação, não existe uma contraindicação médica.


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