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Secretaria decide suspender vacinação em hemocentros
Em Ribeirão, dez doadores de sangue foram imunizados, um fora do grupo de risco
Núcleos receberam a permissão de vacinar os doadores, mas alerta da Anvisa fez o Estado recuar e suspender a prática
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Secretaria de Estado da
Saúde decidiu suspender nesta
semana a vacinação contra a
gripe suína em hemonúcleos
para doadores de sangue. No
Hemocentro de Ribeirão Preto,
dez pessoas chegaram a ser
imunizadas após a doação, um
deles fora da faixa etária determinada pelo Ministério da Saúde -de 20 a 39 anos.
Desde a segunda-feira, além
da vacinação de profissionais
de saúde em todo o país, hemocentros também tinham a permissão do Estado de aplicar a
vacina. O temor é que poderia
faltar sangue depois da campanha de imunização porque os
doadores teriam que cumprir
uma "quarentena".
Um alerta, porém, emitido
logo na segunda, no final do dia,
fez com que o Estado mudasse
os procedimentos e vetasse a
vacinação em hemocentros. A
partir de terça-feira, segundo a
assessoria de imprensa do hemocentro, a secretaria retirou
as 290 doses da vacina.
De acordo com a secretaria, a
mudança ocorreu no mesmo
dia porque a recomendação da
Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) sobre o intervalo para doar sangue ao receber vacina de uma gripe comum é de 30 dias. No entanto,
para o vírus H1N1, o prazo é
menor, de 48 horas.
Segundo o Ministério da Saúde, a diferença entre as datas
deve-se ao tipo de vírus. Para a
gripe comum, é injetado um vírus mais fraco, e o organismo
precisa de um mês para se imunizar. No caso da gripe suína,
seria um vírus em outro estágio, quase "morto" e, por isso, o
corpo se recupera em tempo
menor, em 48 horas.
Entre as dez pessoas imunizadas em Ribeirão, está um jovem de 19 anos e seis meses.
Embora ele não faça parte dos
grupos definidos pelo ministério, tomou a vacina para gripe
suína. A falha foi reconhecida
pelo Hemocentro, que disse
que não haverá prejuízos para a
saúde do paciente.
"Eu só soube depois que a vacina era para quem tinha mais
de 20 anos. Perguntaram se eu
queria a vacina e eu quis", disse
o porteiro Marcos Paulo Batista da Silva, 19. Ele tomou a dose
na terça-feira pela manhã, junto com outros três doadores e,
em seguida, ouviu uma enfermeira avisar que a vacinação
seria interrompida.
No dia seguinte, Silva sentiu
mal-estar, vômito e dor de cabeça, mas não soube dizer se foi
reação da vacina. "Acordei me
sentindo mal, mas disseram
que podia ser dengue, uma virose ou a reação. Fui ao posto
de saúde, tomei remédio e no
dia seguinte estava melhor."
O Ministério da Saúde disse
que os efeitos colaterais da vacina são leves, como febre baixa
e dor local. No caso de Silva, em
que a vacina foi dada após a
doação, não existe uma contraindicação médica.
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