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QUESTÃO AGRÁRIA
Confronto entre grupos já provocou a detenção de 46 pessoas e a destruição parcial de um ônibus
Disputa revela "movimento violento"
DA FOLHA RIBEIRÃO
A ocupação do MLST e a consequente disputa de espaço entre
dois grupos em Barretos demonstrou o lado violento do movimento pela reforma agrária na região
de Ribeirão Preto.
Desde a invasão da fazenda
Queixada, pelo menos 46 pessoas
foram detidas, um ônibus foi parcialmente destruído e uma arma
de fogo foi apreendida com um líder de grupo.
As ameaças, até de morte, são
feitas abertamente pelos líderes
do MLST e sem-terra ligados ao
Sindicato de Trabalhadores Rurais de Barretos.
O comando do MLST acusa a
direção do MST em Barretos de
ser a responsável pelo início do
conflito durante uma tentativa de
invasão à fazenda ocupada na
madrugada da última terça.
De acordo com o coordenador
nacional do MLST, Bruno Maranhão, o grupo possui estratégias
para resistir a novas tentativas de
invasão de qualquer movimento.
"Eu participei na luta armada
na época do regime militar e falo:
aqui, eles [o grupo rival" não entram. Há dois dias, eles tentaram
entrar pelos fundos da fazenda.
Foram duas horas de troca de tiros, mas não entraram", afirmou.
Maranhão esteve anteontem no
acampamento de Barretos, onde
participou de uma assembléia
com o grupo para decidir se irão
cumprir a ordem judicial de reintegração de posse. O prazo para a
saída das famílias encerra hoje.
Antes da reunião, os coordenadores regionais afirmaram que a
posição do grupo era resistir até
mesmo à tropa de choque. "Essa é
a nossa filosofia: resistir. Em
Uberlândia (MG), colocamos fogo no carro da polícia, foi o maior
pau", afirmou Jean Gomes, 23,
coordenador regional do MLST
de Barretos.
Consequência
Um grupo de alunos da Unesp
(Universidade Estadual Paulista)
de Franca, que vinha prestando
apoio às famílias, suspendeu os
trabalhos em razão da luta entre
os grupos. "Enquanto não houver
uma definição, os trabalhos estarão suspensos. Não tomaremos
partido, pois não sabemos quem
tem razão", disse Marcos Rogério
Souza, coordenador do centro
acadêmico.
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