PAULO FERRARI VIARTI
enviado especial a Jaboticabal

O Jaboticabal Atlético, melhor time da terceira divisão estadual -Série A-3 do Campeonato Paulista-, luta este ano para superar a "síndrome do rebaixamento".
É que, há nove anos, a equipe da região conquistou o acesso para a já extinta divisão intermediária do Campeonato Paulista, mas por ter um estádio com capacidade inferior a 15 mil pessoas, a FPF (Federação Paulista de Futebol) não permitiu que o time disputasse a chamada Série A-2 atualmente.
Hoje, o Jaboticabal pretende mudar a história, quer ampliar seu estádio e obter o acesso à A-2.
Em 18 jogos, o clube conquistou 33 pontos e está na liderança isolada de sua chave.
As quatro melhores equipes de cada um dos dois grupos se classificam para os quadrangulares semifinais.
Segundo a comissão técnica, a equipe precisa de mais cinco pontos para obter a vaga à próxima fase. Hoje, o Jaboticabal recebe a Internacional, às 11h, em seu estádio.
O curioso é que nem os arquivos do clube sabem informar corretamente a última vez que o Jaboticabal competiu na segunda divisão.
"Acho que foi em 1968, quando eu ainda jogava na equipe. Pelo que me recordo, de lá para cá o time não disputou a segundona", disse o presidente do Jaboticabal, Adílson Roberto Martins.
Segundo a diretoria, a equipe foi campeã da terceira divisão exatamente quando a FPF mudou as divisões do estadual, instaurando as chamadas Séries A-1, A-2, A-3, B1-A e B1-B.
"Como nosso estádio tinha capacidade para apenas 7.000 torcedores, tivemos de disputar a B1-A", disse Martins.
Nas últimas competições, o clube vem mantendo uma campanha razoável. Em 1997, o Jaboticabal foi o quarto colocado no Paulista da Série A-3. No ano passado, a equipe obteve o terceiro lugar. Nesta temporada, é o melhor até o momento.
Se no início dos anos 90 o clube obteve o acesso, mas não pôde subir de divisão, na década de 60 o Jaboticabal ganhou um presente da FPF. "O time foi o lanterna da terceira divisão, mas foi convidado pela federação a participar da segunda divisão", disse o presidente do clube.
Com uma folha de pagamento estimada em R$ 25 mil, o Jaboticabal tem um elenco modesto, decidiu apostar nos atletas "pratas da casa" e o resultado em campo tem sido satisfatório.
"O elenco é composto de 24 jogadores, sendo que 11 pertencem ao clube. Por ser um time jovem, ainda temos muito que melhorar, mas o fundamental foi ter mantido a base da equipe da temporada passada", disse o técnico José Carlos dos Santos, o Tiguinha.
Tiguinha, aliás, é o segundo treinador do Jaboticabal na temporada. Cláudio Antunes assumiu o time no início do campeonato e foi demitido justamente após uma vitória fora de casa, diante do Olímpia. "Havia problemas de relacionamento e achamos melhor tomar uma atitude antes que a situação do time piorasse", justificou o presidente do Jaboticabal.



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