Ribeirão Preto, Domingo, 13 de Setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Falta remédio para quem quer largar o cigarro em Ribeirão

DA FOLHA RIBEIRÃO

Um ano depois do pedido, a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto ainda não recebeu nenhuma resposta do governo federal de quando chegarão os remédios antifumo para o grupo de pessoas que querem largar o vício e que passam por tratamento na UBDS (Unidade Básica de Saúde) Central.
Com o apoio dos medicamentos, o percentual de pessoas que abandonam o cigarro, que é de 40%, poderia ser muito maior -chegar a 60%. A estimativa é do médico Clésio Soares, um dos integrantes do Grupo de Tratamento de Tabagismo e coordenador do Controle de Tabagismo do Hospital das Clínicas de Ribeirão.
Além das reuniões de grupo, o tratamento com apoio de adesivos de nicotina ou de um antidepressivo específico -bupropiona- serve de estímulo a mais para o fumante se curar do tabagismo. Dos 80 pacientes hoje divididos em cinco grupos de apoio, 90% têm indicação para usar medicamentos como suporte, segundo o médico.
O Ministério da Saúde possui um programa para fornecer nicotina ou o antidepressivo para este tratamento -hoje, cerca de 700 municípios brasileiros já recebem o remédio.
A via sacra de Ribeirão começou há dois anos, quando o grupo de médicos treinados pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) para ministrar o medicamento conheceu o programa e elaborou um projeto para receber o material.
Somente em outubro do ano passado, a prefeitura encaminhou o pedido para o Estado. No mês seguinte, a Secretaria de Estado da Saúde repassou o pedido para o Ministério da Saúde, mas desde então não houve resposta.
Os adesivos de nicotina custam R$ 45 por semana ou, se a opção for por não-nicotíneos, a caixa de bupropiona custa R$ 50 e dura 20 dias. "Temos pessoas que, ao ver que não havia remédio, desanimaram e saíram do grupo", disse Soares.
O Ministério da Saúde, em nota, diz que Ribeirão não está cadastrado e que o ato deve ser feito pelo Estado. A reportagem não conseguiu ouvir a Secretaria de Estado da Saúde após essa declaração.

Texto Anterior: Mãe fuma por doença, afirma especialista
Próximo Texto: Clientes e bares acham que lei "pegou"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.