Ribeirão Preto, Domingo, 13 de setembro de 1998

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Região de Ribeirão possui quatro municípios com boas condições de vida, segundo relatório da ONU
Quatro cidades estão entre as 28 melhores

CRISTIANE BARÃO
enviada especial a Buritizal

As quatro principais cidades da região- Ribeirão Preto, Franca, Araraquara e São Carlos- estão entre as 28 com melhores condições para o progresso humano entre 570 municípios do Estado, segundo relatório divulgado na semana passada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
O ranking das cidades é formulado com base no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que pode ser interpretado como índice de qualidade de vida nas cidades. Os dados referem-se a 1995, data do último censo para o cálculo do índice de desenvolvimento.
Segundo o relatório, Ribeirão Preto é a segunda cidade com maior IDH do Estado e a sexta de todos os 4.491 cidades brasileiras.
Franca (85 km de Ribeirão Preto) está em 16º lugar no ranking estadual, enquanto Araraquara (88 km de Ribeirão) está na 22ª colocação. São Carlos (101 km de Ribeirão Preto) é a 28ª cidade do Estado a apresentar o melhor índice de desenvolvimento humano.
A região abriga também a cidade com as melhores condições de moradia do Brasil -Buritizal (120 km de Ribeirão Preto). Próxima à divisa com Minas Gerais, a cidade possui a média de uma casa para cada 2,5 habitantes e 100% de abastecimento de água.
A maior perspectiva de vida ao nascer do Estado foi registrada em Américo Brasiliense (95 km de Ribeirão Preto), com 71 anos. Na terceira colocação, está Pedregulho (137 km de Ribeirão) com 70,8 anos.
De acordo com o professor de economia da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão, Eliezer Martins Diniz, o colocação das quatro cidades demonstra que a região concentra o pólo de desenvolvimento do Estado, mas que apresenta também grandes problemas de concentração de renda.
"Em Ribeirão Preto, por exemplo, o salário do trabalhador é mais baixo que no restante do Estado e a renda está mal distribuída", disse o professor da USP.
Pelo relatório da ONU, a classificação das cidades é considerada boa e a região de alto desenvolvimento humano.

Ribeirão Preto
Nos três últimos censos -de 1970, 80 e 91- Ribeirão registrou um crescimento de 8,1% no IDH. Já, a relação entre os índices de 1970 e 80, o aumento foi de 24,8%.
Em 1970, Ribeirão era considerada uma cidade de médio desenvolvimento humano e era o 16º município no ranking do IDH e a 9ª colocação em relação ao Estado.
Na década de 80, Ribeirão Preto já ocupava a segunda colocação entre os 601 municípios do Estado e estava na 31º lugar entre os 3.991 cidades de todo o país.
De acordo com o economista Fernando Martins Prates, da Fundação João Pinheiro, a década de 70 registrou aumento no índice de crescimento devido ao desenvolvimento industrial. "A época ficou conhecida como 'milagre econômico' e houve uma arrancada em toda a região", disse.
A fundação foi a responsável pela coleta e análise dos dados de cada município do Brasil.
Devido ao desenvolvimento industrial, Ribeirão também conseguiu elevação na renda per capta (toda a riqueza da cidade dividida pelo número de habitantes).
No censo de 70, uma família recebia 1,07 salário por mês. Já, em 80, a renda familiar subiu para 2,46 salários por mês. Nesta década, cada família recebe em média 2,62 salários mínimos mensais. Em IDH, Ribeirão só perde para Santos. As informações são organizadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.



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