Ribeirão Preto, Sábado, 13 de Novembro de 1999

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O ACUSADO
Pablo Russel Rocha nega autoria do crime
Para preso, a sensação era de filme de terror

free-lance para a Folha Ribeirão

Preso na cadeia de Vila Branca desde o crime que resultou na morte de Selma Heloísa Artigas da Silva, Pablo Russel Rocha negou ontem que amarrou a garota de programa no cinto de segurança de seu veículo.
Aparentando tranquilidade, Rocha reuniu a imprensa ontem na cadeia e contou detalhes da noite do crime.
Ele disse que Selma desceu do veículo depois que ele fez um comentário. "Ela se irritou quando eu falei que ela estava acostumada a trabalhar à noite e dormir durante o dia, enquanto eu teria que trabalhar às 7h", afirmou o acusado.
No momento, o acusado disse que partiu com o veículo e não percebeu que Selma havia ficado amarrada ao cinto de segurança da Pajero. "O som e o ar-condicionado do carro estavam ligados", afirmou.
Rocha disse que consumiu de três a quatro latas de cerveja na noite do acidente e que não estava sob efeito de drogas.
"Eu me senti uma criança de três anos assistindo a um filme de terror quando vi o corpo dela naquele estado", disse.
Rocha afirmou que, após encontrar o corpo, foi até sua casa contar o fato aos pais. "Até hoje procuro explicação para o caso", disse o acusado ontem.
Após se apresentar à polícia, seu irmão lavou o veículo para tentar apagar marcas do acidente, segundo Rocha.
Ele disse que tem mais vontade que todos de saber como Selma ficou presa ao cinto de segurança. "Tenho pressa, quero voltar a ter liberdade."
Rocha, que está preso há um ano e dois meses em Ribeirão, disse que só comentou o caso porque o laudo do perito George Sanguinetti foi favorável.
"Não posso pedir perdão porque eu não fiz nada. Meu único erro foi ter saído de casa naquela noite", disse.
(MARCELO TOLEDO)


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