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JABOTICABAL
Operário acusado de matar três jovens em abril do ano passado foi julgado ontem à noite no Fórum local
Autor de chacina de garotos é condenado a 39 anos
DA FOLHA RIBEIRÃO
O operário Edson Lima de Oliveira, 21, foi condenado a 39 anos
e dois meses de prisão pela morte
de três garotos, em abril do ano
passado, em Jaboticabal.
Os sete jurados que participaram do júri popular foram unânimes na condenação.
Mesmo sendo condenado a nove anos a mais do que uma pessoa
pode ficar presa no país, o acusado pegou a pena mínima que estava prevista para o seu caso.
Na época do crime, o promotor
de justiça Mário José Corrêa de
Paula previa uma pena de até 90
anos para Oliveira, porque havia
três agravantes como, por exemplo, requinte de crueldade.
O julgamento que condenou
Oliveira começou por volta das 9h
e terminou somente às 20h.
O Fórum de Jaboticabal contou
com reforço no esquema de segurança. Cerca de dez homens das
Polícias Civil e Militar participaram da operação. Normalmente,
apenas um policial faz a guarda
no local.
De acordo com funcionários do
Fórum, pelo menos 200 pessoas
acompanharam o julgamento.
A preocupação da polícia era
com uma tentativa de linchamento, já que houve grande revolta
por parte dos moradores da cidade na época do crime, o que resultou na transferência do acusado
para Ribeirão Preto.
O acusado alegou legítima defesa, dizendo que um dos garotos
teria apontado uma arma de brinquedo em sua direção. Os outros
dois foram mortos porque teriam
ameaçado chamar a polícia.
Os três garotos -Thales Bento
Ferreira, 10, Belício Nunes dos
Reis Júnior, 12, e Fábio Henrique
Haneico, 18-, haviam ido a uma
fazenda da família de Thales, mas
acabaram se perdendo.
Eles chegaram a ligar, com um
celular, para casa pedindo ajuda,
mas só foram encontrados quando já estavam mortos.
Os corpos das vítimas tinham
marcas de tiros no peito, na cabeça e nos ouvidos. Eles estavam escondidos dentro de um implemento agrícola num canavial da
rodovia Carlos Tonani.
Oliveira só foi descoberto pela
polícia porque fez ligações no celular que pertencia a um dos garotos. O operário também foi condenado pelo furto do aparelho.
Ele confessou os crimes.
No julgamento, o advogado de
Oliveira pediu a redução da pena
baseado no fato de seu cliente ser
réu primário.
No entanto a promotoria considerou o crime como hediondo, o
que não permite o favorecimento
do acusado.
O operário só poderá pedir relaxamento da pena em regime semi-aberto após cumprir dois terços da sentença (26 anos).
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