Ribeirão Preto, Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2000

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JABOTICABAL
Operário acusado de matar três jovens em abril do ano passado foi julgado ontem à noite no Fórum local
Autor de chacina de garotos é condenado a 39 anos

DA FOLHA RIBEIRÃO

O operário Edson Lima de Oliveira, 21, foi condenado a 39 anos e dois meses de prisão pela morte de três garotos, em abril do ano passado, em Jaboticabal.
Os sete jurados que participaram do júri popular foram unânimes na condenação.
Mesmo sendo condenado a nove anos a mais do que uma pessoa pode ficar presa no país, o acusado pegou a pena mínima que estava prevista para o seu caso.
Na época do crime, o promotor de justiça Mário José Corrêa de Paula previa uma pena de até 90 anos para Oliveira, porque havia três agravantes como, por exemplo, requinte de crueldade.
O julgamento que condenou Oliveira começou por volta das 9h e terminou somente às 20h.
O Fórum de Jaboticabal contou com reforço no esquema de segurança. Cerca de dez homens das Polícias Civil e Militar participaram da operação. Normalmente, apenas um policial faz a guarda no local.
De acordo com funcionários do Fórum, pelo menos 200 pessoas acompanharam o julgamento.
A preocupação da polícia era com uma tentativa de linchamento, já que houve grande revolta por parte dos moradores da cidade na época do crime, o que resultou na transferência do acusado para Ribeirão Preto.
O acusado alegou legítima defesa, dizendo que um dos garotos teria apontado uma arma de brinquedo em sua direção. Os outros dois foram mortos porque teriam ameaçado chamar a polícia.
Os três garotos -Thales Bento Ferreira, 10, Belício Nunes dos Reis Júnior, 12, e Fábio Henrique Haneico, 18-, haviam ido a uma fazenda da família de Thales, mas acabaram se perdendo.
Eles chegaram a ligar, com um celular, para casa pedindo ajuda, mas só foram encontrados quando já estavam mortos.
Os corpos das vítimas tinham marcas de tiros no peito, na cabeça e nos ouvidos. Eles estavam escondidos dentro de um implemento agrícola num canavial da rodovia Carlos Tonani.
Oliveira só foi descoberto pela polícia porque fez ligações no celular que pertencia a um dos garotos. O operário também foi condenado pelo furto do aparelho. Ele confessou os crimes.
No julgamento, o advogado de Oliveira pediu a redução da pena baseado no fato de seu cliente ser réu primário.
No entanto a promotoria considerou o crime como hediondo, o que não permite o favorecimento do acusado.
O operário só poderá pedir relaxamento da pena em regime semi-aberto após cumprir dois terços da sentença (26 anos).


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