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Inflação em abril é a maior em 11 meses
Acumulado no ano em Ribeirão chegou a 3,07%, superior à inflação de São Paulo, que atingiu 1,46% no quadrimestre
JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Viver em Ribeirão Preto ficou 1,29% mais caro em abril, segundo o IPC/Fipe/Moura
Lacerda, divulgado ontem. A inflação no mês passado foi a mais alta desde maio do ano
passado, quando atingiu 1,69%. Em comparação com abril de 2008, a diferença é ainda
maior, já que o índice naquele mês foi de 0,05%. Os setores de habitação (2,44%) e despesas pessoais (2,43%) foram os principais responsáveis pela alta na inflação.
O maior impacto na habitação foi causado pelo aumento da energia elétrica, que subiu
19,06% em abril, enquanto em despesas pessoais a alta foi puxada pelo cigarro, que teve reajuste de 10,18%. Com isso, a inflação acumulada neste ano em Ribeirão
Preto é de 3,07%, contra 1,46% registrada em São Paulo.
"Esse índice é alto. Não é esperado, mas é explicável", afirmou o pesquisador Anderson
Salvador Romanello, do Nepe (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas), do centro universitário Moura Lacerda.
Na fila ontem para pagar a conta de energia elétrica, o operador
de produção Jail do Cardoso
Loiola, 21, disse lamentar
o aumento de R$ 60 para R$ 81
em sua despesa mensal com
energia. "Faz falta, é um dinheiro
para fazer outras coisas, sair
no final de semana."
Apesar do aumento, consumidores
ouvidos pela Folha
disseram ser difícil diminuir o
gasto com energia. A saída,
apontada por pessoas como o
cabeleireiro Dari Luiz, 52, é
"tentar cortar outras coisas".
Outro vilão da inflação em
abril, o preço do cigarro parece
não assustar. "Os consumidores
assustam na primeira semana,
mas depois voltam a
comprar", disse o comerciante
Rodrigo de Carvalho Ferreira,
37, que afirmou já ter ouvido
cliente jurar que largaria o cigarro
após verificar os aumentos.
"Na outra semana, voltou
para comprar de novo."
Os diversos setores da economia
pesquisados em Ribeirão
têm pesos diferentes na
composição final da inflação.
Alimentação, por exemplo, tem
o maior peso entre todos, representando
32,65% do total.
Em seguida estão habitação
(24,62%), transporte (18,74%),
educação (8,23%), saúde
(6,45%), vestuário (5,67%) e despesas pessoais (3,64%).
Apesar do perfil variado de
consumo das famílias ribeirão-pretanas, Romanello disse
acreditar que a inflação verificada
pelo IPC seja representativa
para, em média, 80% dos
consumidores da cidade. Essa
percepção pode ser diferente,
segundo o economista, para setores
extremos da sociedade.
"Famílias com renda mais
elevada têm hábitos de consumo
diferentes, com gasto
maior em despesas pessoais e
educação, por exemplo.O mesmo
acontece com famílias de
baixa renda, que direcionam
gastos para alimentação."
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