Ribeirão Preto, Quinta-feira, 14 de Maio de 2009

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Inflação em abril é a maior em 11 meses

Acumulado no ano em Ribeirão chegou a 3,07%, superior à inflação de São Paulo, que atingiu 1,46% no quadrimestre

JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Viver em Ribeirão Preto ficou 1,29% mais caro em abril, segundo o IPC/Fipe/Moura Lacerda, divulgado ontem. A inflação no mês passado foi a mais alta desde maio do ano passado, quando atingiu 1,69%. Em comparação com abril de 2008, a diferença é ainda maior, já que o índice naquele mês foi de 0,05%. Os setores de habitação (2,44%) e despesas pessoais (2,43%) foram os principais responsáveis pela alta na inflação.
O maior impacto na habitação foi causado pelo aumento da energia elétrica, que subiu 19,06% em abril, enquanto em despesas pessoais a alta foi puxada pelo cigarro, que teve reajuste de 10,18%. Com isso, a inflação acumulada neste ano em Ribeirão Preto é de 3,07%, contra 1,46% registrada em São Paulo.
"Esse índice é alto. Não é esperado, mas é explicável", afirmou o pesquisador Anderson Salvador Romanello, do Nepe (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas), do centro universitário Moura Lacerda. Na fila ontem para pagar a conta de energia elétrica, o operador de produção Jail do Cardoso Loiola, 21, disse lamentar o aumento de R$ 60 para R$ 81 em sua despesa mensal com energia. "Faz falta, é um dinheiro para fazer outras coisas, sair no final de semana."
Apesar do aumento, consumidores ouvidos pela Folha disseram ser difícil diminuir o gasto com energia. A saída, apontada por pessoas como o cabeleireiro Dari Luiz, 52, é "tentar cortar outras coisas".
Outro vilão da inflação em abril, o preço do cigarro parece não assustar. "Os consumidores assustam na primeira semana, mas depois voltam a comprar", disse o comerciante Rodrigo de Carvalho Ferreira, 37, que afirmou já ter ouvido cliente jurar que largaria o cigarro após verificar os aumentos.
"Na outra semana, voltou para comprar de novo." Os diversos setores da economia pesquisados em Ribeirão têm pesos diferentes na composição final da inflação. Alimentação, por exemplo, tem o maior peso entre todos, representando 32,65% do total.
Em seguida estão habitação (24,62%), transporte (18,74%), educação (8,23%), saúde (6,45%), vestuário (5,67%) e despesas pessoais (3,64%).
Apesar do perfil variado de consumo das famílias ribeirão-pretanas, Romanello disse acreditar que a inflação verificada pelo IPC seja representativa para, em média, 80% dos consumidores da cidade. Essa percepção pode ser diferente, segundo o economista, para setores extremos da sociedade.
"Famílias com renda mais elevada têm hábitos de consumo diferentes, com gasto maior em despesas pessoais e educação, por exemplo.O mesmo acontece com famílias de baixa renda, que direcionam gastos para alimentação."


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