Ribeirão Preto, Quarta-feira, 14 de Julho de 2010

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USP apura denúncia contra o diretor da Faculdade de Direito

Acusado de assédio moral, Poveda diz que, até sindicância ser aprovada, não há nada

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Alunos e professores da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto acusam o atual diretor da unidade, Ignácio Poveda, de assédio moral, improbidade administrativa, abuso de poder, entre outras supostas irregularidades. Uma sindicância deverá apurar o caso.
As denúncias surgiram depois que Victor Gabriel de Oliveira Rodriguez, professor de direito penal, enviou uma carta à congregação -órgão máximo de deliberação da faculdade- pedindo seu desligamento do cargo de diretor do Departamento de Cultura e Extensão do curso de direito e explicando seus motivos para tal atitude.
Entre as alegações, o professor afirma que Poveda intimidava e humilhava professores e, em algumas situações, os expunha ao ridículo.
"Espero não ver mais cenas como o professor Ignácio imitando um professor "de braços curtos" porque não havia ido a um auditório da semana jurídica ou ser eu próprio representado em mímica pelo diretor, literalmente desmunhecando, porque estava "de bermuda e passeando com minha cachorrinha" pelo campus", disse Rodriguez na carta.
Após a carta, a congregação decidiu em 11 de junho pela abertura de sindicância para apurar os fatos mencionados. Uma vez que Poveda está envolvido, tal sindicância só pode ser feita pela reitoria da USP, em São Paulo.
Para que a reitoria nomeie essa comissão, é preciso que o próprio Poveda envie um ofício comunicando o que foi decidido pela congregação.
O diretor, segundo a assessoria da reitoria da USP, ainda não encaminhou esse ofício. Se ele não o fizer ou demorar para fazê-lo, representantes da congregação afirmam que vão tomar medidas para tanto, podendo até procurar a Justiça.
"Ele é obrigado a mandar o ofício. Se não o fizer, estará cometendo crime de improbidade", disse um dos membros da congregação, que prefere não se identificar.
Poveda disse à Folha que não vai se pronunciar antes de a sindicância ser aprovada. "Até que isso aconteça não há fato nenhum contra a minha pessoa."


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