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USP apura denúncia contra o diretor da Faculdade de Direito
Acusado de assédio moral, Poveda diz que, até sindicância ser aprovada, não há nada
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Alunos e professores da
Faculdade de Direito da USP
(Universidade de São Paulo)
de Ribeirão Preto acusam o
atual diretor da unidade, Ignácio Poveda, de assédio
moral, improbidade administrativa, abuso de poder,
entre outras supostas irregularidades. Uma sindicância
deverá apurar o caso.
As denúncias surgiram depois que Victor Gabriel de
Oliveira Rodriguez, professor
de direito penal, enviou uma
carta à congregação -órgão
máximo de deliberação da
faculdade- pedindo seu
desligamento do cargo de diretor do Departamento de
Cultura e Extensão do curso
de direito e explicando seus
motivos para tal atitude.
Entre as alegações, o professor afirma que Poveda intimidava e humilhava professores e, em algumas situações, os expunha ao ridículo.
"Espero não ver mais cenas como o professor Ignácio
imitando um professor "de
braços curtos" porque não
havia ido a um auditório da
semana jurídica ou ser eu
próprio representado em mímica pelo diretor, literalmente desmunhecando, porque
estava "de bermuda e passeando com minha cachorrinha" pelo campus", disse Rodriguez na carta.
Após a carta, a congregação decidiu em 11 de junho
pela abertura de sindicância
para apurar os fatos mencionados. Uma vez que Poveda
está envolvido, tal sindicância só pode ser feita pela reitoria da USP, em São Paulo.
Para que a reitoria nomeie
essa comissão, é preciso que
o próprio Poveda envie um
ofício comunicando o que foi
decidido pela congregação.
O diretor, segundo a assessoria da reitoria da USP, ainda não encaminhou esse ofício. Se ele não o fizer ou demorar para fazê-lo, representantes da congregação afirmam que vão tomar medidas
para tanto, podendo até procurar a Justiça.
"Ele é obrigado a mandar o
ofício. Se não o fizer, estará
cometendo crime de improbidade", disse um dos membros da congregação, que
prefere não se identificar.
Poveda disse à Folha que
não vai se pronunciar antes
de a sindicância ser aprovada. "Até que isso aconteça
não há fato nenhum contra a
minha pessoa."
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