Ribeirão Preto, Domingo, 14 de Agosto de 2011

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DO OUTRO LADO

Baleia Rossi afirma que se afastou da produtora em 2003

Deputado e o irmão Paulo Rossi dizem que a empresa não participou de contratos diretos com órgãos públicos

DE RIBEIRÃO PRETO

O deputado estadual Baleia Rossi (PMDB) disse que transferiu sua parte na A Ilha Produção para a mulher, Vanessa da Cunha Rossi, quando assumiu seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa, em 2003.
Por e-mail, ele afirmou que, após a medida, se afastou "totalmente" da empresa e que nunca teve "função executiva" na A Ilha.
Porém, em registros da empresa na Junta Comercial do Estado de São Paulo, Baleia Rossi aparece por um período na função de "sócio-administrador" da empresa.
Ainda por e-mail, o parlamentar disse que nunca usou de influência política para beneficiar a empresa.
"Nunca fiz nenhum pedido para prefeito ou funcionário de prefeitura", disse.
Ele afirmou que em algumas das cidades onde a empresa atuou a sua postura é de oposição aos governos e que, em outras, não teve votos. "O que comprova que não houve atuação política de minha parte."
Baleia Rossi voltou a afirmar que não é sócio da produtora e que, pelas informações que tem, "a empresa jamais prestou serviços diretamente a entidades públicas".
Já o irmão do deputado, Paulo Luciano Tenuto Rossi, também por e-mail, reafirmou que a produtora nunca participou de licitações públicas e que Baleia Rossi nunca teve função executiva.
Sobre a atuação da produtora, Paulo disse que a A Ilha presta serviços a diversas agências que mantêm contratos com prefeituras do interior de São Paulo.
Além do caso da Versão BR, apurado pela Folha, ele cita outras cinco agências por meio das quais A Ilha fez vídeos publicitários para prefeituras de Franca, Barueri e Ribeirão Preto.
"A contratação desses serviços com as agências de publicidade sempre obedeceu aos requisitos legais", disse.
Ele disse ainda que, ao longo da existência da produtora, a prestação de serviços para agências que mantêm contratos com o setor público não representa 10% do faturamento -números não foram dados.

AGÊNCIA
O sócio-diretor da Versão BR, Gustavo Henrique Teixeira de Castro, disse por e-mail que a relação com a A Ilha Produção é apenas comercial e que nunca participou de outras atividades envolvendo os filhos do ministro.
Ele negou ter conhecimento da atividade de Baleia Rossi na A Ilha e disse que os contratos são feitos com Vanessa e Paulo Luciano.
Os citados são, respectivamente, mulher e irmão do deputado estadual.
Ainda por e-mail, o sócio-diretor da Versão BR confirmou que A Ilha foi responsável por 20% dos 175 filmes pedidos pelas prefeituras e Câmaras com quem tem contrato. Entre as prefeituras, estão as relacionadas pela Folha.
No entanto, disse que os orçamentos para escolha da empresa atenderam os requisitos da legislação atual, além de apresentar o menor preço entre os concorrentes.
De acordo com o empresário, os valores dos vídeos dependem dos custos de produção, mas variam de R$ 1.390 a R$ 60 mil.
As prefeituras que têm contrato com a Versão BR negaram quaisquer irregularidades no caso.


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