Ribeirão Preto, Sábado, 14 de agosto de 1999

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O TORTURADO
"Ele pediu para não denunciar"

da Folha Ribeirão

Da primeira vez que a dona-de-casa Francisca (nome fictício) visitou o filho na Febem, encontrou o garoto de 16 anos deitado e com dificuldade para tomar água.
"Os policiais tinham batido muito nele porque queriam que ele entregasse um outro, um adulto que participou de um roubo junto com ele", afirmou.
Francisca disse ter pensado em denunciar os agressores. "Ele me pediu pelo amor de Deus para não procurar ajuda, porque apareceria morto em um canavial."
A dona-de-casa está na lista das mães ouvidas pela Promotoria. Ela perdeu dois filhos, de 17 e 15 anos, mortos a tiros em um intervalo de 70 dias em 96.
Durante quase dois anos, ela afirmou ter convivido com frequentes "visitas" da polícia. O filho mais velho dela foi morto porque "sabia demais", segundo a Folha apurou. O outro, acabou assassinado porque andava dizendo que vingaria o irmão. (AS)



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