|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A VERSÃO DA POLÍCIA
'O ECA foi feito para a Suíça', diz delegado
da Folha Ribeirão
As autoridades policiais de Ribeirão Preto consideram o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), que serviu como uma das
bases para a ação do Ministério
Público, como "coisa de Primeiro
Mundo".
O delegado regional de Ribeirão, Ivan Roberto Mendes Costa,
disse que a polícia encontra muita
"dificuldade" em conviver com o
estatuto.
"O ECA foi feito para países de
Primeiro Mundo, que possuem
toda uma estrutura de acompanhamento que nós não temos
aqui no Brasil", disse.
Para Costa, o estatuto fez com
que o adolescente brasileiro tenha
mais direitos do que uma pessoa
adulta.
"É como se existisse uma utopia, uma coisa de "para eles, tudo.
Para nós, nada'. É necessária uma
reformulação", disse.
Segundo o major Dario Lázaro
da Silva, subcomandante da Polícia Militar em Ribeirão, já que a
lei não pune o adolescente infrator, deveria haver um local adequado para que eles fossem colocados e recuperados.
"O ECA foi feito para a Suíça",
disse o delegado-seccional Alexandre Jorge Daur.
O promotor da Infância e da Juventude, Marcelo Pedroso Goulart, autor da ação, não concorda.
"A polícia não pode abusar", disse.
O estudo do Ilanud, que faz parte da ação, cita a Ronda Escolar
como exemplo positivo de policiamento na cidade.
Acusações
Tanto a PM quanto a Polícia Civil negam a existência de violência
policial contra adolescentes em
Ribeirão.
"Não existe nenhum policial civil envolvido em assassinato de
menores", afirmou Costa. Ele disse que seus policiais não agridem
os adolescentes.
"Não tenho recebido queixas,
nem tenho conhecimento de violência de PMs contra jovens na cidade", afirmou Silva.
Opinião
O delegado geral de Polícia Civil
do Estado de São Paulo, Marco
Antonio Desgualdo, 49, disse que
irá acompanhar o desenvolvimento das investigações sobre a
denúncia de envolvimento de policiais nos assassinatos.
"Nós não compactuamos com o
desmando dos policiais e temos
um trabalho rígido de fiscalização", disse.
Ele afirma que o índice de homicídios esclarecidos pela polícia
de Ribeirão é alto (cerca de 60%) e
que, por isso, não acredita que policiais civis estejam envolvidos.
(ALESSANDRO BRAGHETO e ALESSANDRO SILVA)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|