Ideia é evitar que núcleos do Tanquinho sofram com inundações no verão

Serão transferidas 200 famílias; prefeitura vai concluir ainda neste ano saída de moradores do Jardim Aeroporto

Didi Oliveira/Folhapress

Eleotério Lima, no Tanquinho; ele ergueu um murinho antienchente na porta da casa

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Os moradores das favelas do Tanquinho, Vila Elisa e Jardim Zanetti, em Ribeirão Preto, constantemente vítimas das enchentes no verão, devem ser transferidos a partir de dezembro para moradias regulares.
Será a terceira remoção de grupos de favelas organizada na cidade. A prioridade é retirar os moradores das três favelas, estimados em cerca de 200 famílias, até janeiro.
A primeira remoção na cidade começou em 2009, com a saída de algumas famílias da favela Monte Alegre para o conjunto Paulo Gomes Romeu -a maior parte permaneceu no núcleo, que foi reurbanizado.
A segunda e uma das mais aguardadas retiradas é a dos barracos das favelas do Jardim Aeroporto. Até o fim do ano, 228 famílias passam a ocupar casas do mesmo conjunto habitacional.
As famílias do Tanquinho serão levadas para moradias do conjunto Wilson Toni, próximo ao Paulo Gomes.
Segundo o juiz João Gandini, do grupo Moradia Legal, a transferência depende ainda de estudo técnico ambiental e do levantamento da situação das famílias pelas assistentes sociais.
A Cohab-RP não quis dar detalhes, mas informou apenas que a região do Tanquinho é uma das prioridades de remoção de barracos.
O anúncio da saída enche de esperança pessoas como o pedreiro Eleotério Lima da Silva, 42. Há 20 anos no Tanquinho, ele "treme" a cada trovoada no céu, anunciando chuva forte.
Silva já passou por cinco enchentes. A pior delas, em 2008, lhe levou TV, geladeira e cômodos. "Gosto daqui, mas eu sei que em outro lugar, se chover, vou poder ficar mais tranquilo", disse.


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