Ribeirão Preto, Domingo, 14 de Dezembro de 2008

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Comércio de Ribeirão se espalha nos bairros

Centro tem participação reduzida com avanço de comércio em bairros como Campos Elíseos e Ipiranga, além dos 3 shoppings

Ex-secretário afirma que processo é natural, reduz deslocamento e melhora o trânsito e a qualidade de vida dos consumidores

Silva Junior/Folha Imagem
Automóvel passa em frente a lojas na avenida José Adolfo Bianco Molina, na zona sul de Ribeirão

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O comércio de Ribeirão não é, hoje, tão dependente do movimento de seus três shoppings e das lojas da região central do município. Desde a década de 80, bairros fora do eixo central, como Ipiranga e Campos Elíseos, viram avançar sua participação na economia local, de acordo com o Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
A região central, responsável no início do século por 48,5% das vendas, hoje representa 37%, mais por avanço de outras áreas que por perdas do centro. Já os shoppings viram sua fatia subir de 30,5% para 35% e, as outras regiões da cidade, avançaram de 21% para 28%. Campos Elíseos e Ipiranga respondem por 10% do total e regiões novas, como avenidas na zona sul, já chegam a 1%.
O crescimento do comércio em bairros, segundo a entidade, lojistas e consumidores, ocorre por causa da facilidade para o estacionamento de veículos -o que não ocorre no centro-, dos preços -muitas vezes mais baixos-, da tranqüilidade para fazer as compras e da não-necessidade de enfrentar o trânsito.
"É um processo natural e faz parte da história da cidade. A formação de Ribeirão é de bairros mistos, com comércio e residências, adequados para isso, porque a pessoa consegue fazer tudo no bairro, reduzindo a necessidade de deslocamento, o que melhora o trânsito e a qualidade de vida", disse o economista Nelson Rocha Augusto, ex-secretário do Planejamento de Ribeirão e presidente do Banco Ribeirão Preto.
O movimento, que começou timidamente, já permite ser possível, por exemplo, viver no Campos Elíseos sem depender da região central para nada, graças a vias como Saudade, São Paulo, Luiz Barreto e Costa e Silva. "É uma cidade à parte, com boa infra-estrutura. A descentralização só tende a aumentar, porque o centro não tem como expandir mais", afirmou José Ailton Gomes, superintendente da Distrital Leste da ACI-RP.
Dados da ACI-RP mostram que a região que mais concentra associados -o que inclui prestadores de serviço- é a Leste, com 1.518, espalhados em bairros como Campos Elíseos, Iguatemi, Castelo Branco, Jardim Paulista e Ribeirânia. O centro é o segundo colocado, com 1.138 sócios.
"Houve uma distribuição, no espaço físico de Ribeirão, de sua atividade de comércio e serviços. O centro não tem a facilidade dos shoppings e dos bairros, de acesso e estacionamento. Se quiser comprar no centro, a pessoa sabe que gastará tempo e terá que pagar estacionamento", disse o diretor do instituto da ACI-RP, Antônio Vicente Golfeto.
Embora o Campos Elíseos seja o maior, o que mais cresce é o Ipiranga, com seu comércio orbitando a Dom Pedro, na avaliação do diretor do instituto da ACI-RP. "O comércio cresce também na Vila Tibério, no Boulevard e na Vila Virgínia, assim como na zona sul, mas na área nobre ele ainda engatinha." As lojas em avenidas como Braz Olaia Acosta, José Adolfo Bianco Molina e João Fiúsa concentram 1% das vendas de Ribeirão, mas com tendência de crescimento.


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