Ribeirão Preto, Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2001

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ACIDENTE
Testemunhas afirmam ter visto motor de avião que matou donos da Mabel soltando fumaça antes da queda
Falha mecânica pode ser causa de acidente

DA FOLHA RIBEIRÃO

A hipótese mais provável para a causa do acidente aéreo que matou os proprietários da fábrica de biscoitos Mabel, em Uberaba (MG), no início da noite de sexta-feira, é uma falha mecânica.
De acordo com informações de técnicos do Serac (Serviço Regional de Aviação Civil), funcionários de uma fazenda próxima ao local do acidente viram o motor do avião pegando fogo ainda no ar. A aeronave teria dado duas voltas em torno do próprio eixo antes de cair em uma fazenda no município de Água Comprida.
Dos 47 aviões modelo PA-31T, da empresa norte-americana Piper Aircraft, registrados no DAC (Departamento de Aviação Civil), quatro estão com seus registros suspensos por se encontrarem avariados por causa de acidentes ou incidentes, de acordo com a página do órgão na Internet. O quinto avião com problemas seria o da família Scodro.
A aeronave, prefixo PT-OZY, tinha capacidade para sete passageiros, possuía dois motores e estava com a documentação válida até 23 de agosto deste ano. A família Scodro comprou o avião em meados de 99. O registro da transferência no DAC é de 27 de julho de 99. A família ainda possui outra aeronave, que fica baseada em Goiânia.

O acidente
O acidente aconteceu por volta de 19h de sexta-feira. Morreram o presidente da Mabel de Ribeirão Preto, Udélio Scodro, 72, seu filho Cláudio Scodro, 44, gerente-geral, o gerente industrial Hector Arcádio Lopes, 48, o supervisor de vendas Ricardo Chabud, 51, o gerente de qualidade Antônio Augusto Vieira, 48, e o piloto Orládio Domingues, 49.
Os vôo saiu de Goiânia (GO) às 17h58 com destino a Ribeirão Preto. De acordo com Sandro "Mabel" Scodro, presidente da empresa em Goiás, aconteceu uma reunião do conselho de administração da empresa na unidade industrial de Aparecida de Goiânia durante todo o dia.
De acordo com técnicos do Serac, funcionários de uma fazenda chegaram ao local cerca de dez minutos depois do acidente e ainda tentaram socorrer os passageiros. "Eles falaram que tinha fumaça na cabine e que os passageiros estavam desacordados. Eles ainda tentaram chamar, mas não conseguiram acordá-los. Depois, o avião começou a pegar fogo e não houve mais jeito", disse um técnico, que não quis se identificar.
Os seis corpos estavam carbonizados e a identificação só foi possível graças à posição dos passageiros no avião e a objetos que eles portavam, como alianças. (EVANDRO SPINELLI)



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