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ACIDENTE
Testemunhas afirmam ter visto motor de avião que matou donos da Mabel soltando fumaça antes da queda
Falha mecânica pode ser causa de acidente
DA FOLHA RIBEIRÃO
A hipótese mais provável para a
causa do acidente aéreo que matou os proprietários da fábrica de
biscoitos Mabel, em Uberaba
(MG), no início da noite de sexta-feira, é uma falha mecânica.
De acordo com informações de
técnicos do Serac (Serviço Regional de Aviação Civil), funcionários de uma fazenda próxima ao
local do acidente viram o motor
do avião pegando fogo ainda no
ar. A aeronave teria dado duas
voltas em torno do próprio eixo
antes de cair em uma fazenda no
município de Água Comprida.
Dos 47 aviões modelo PA-31T,
da empresa norte-americana Piper Aircraft, registrados no DAC
(Departamento de Aviação Civil),
quatro estão com seus registros
suspensos por se encontrarem
avariados por causa de acidentes
ou incidentes, de acordo com a
página do órgão na Internet. O
quinto avião com problemas seria
o da família Scodro.
A aeronave, prefixo PT-OZY, tinha capacidade para sete passageiros, possuía dois motores e estava com a documentação válida
até 23 de agosto deste ano. A família Scodro comprou o avião em
meados de 99. O registro da transferência no DAC é de 27 de julho
de 99. A família ainda possui outra aeronave, que fica baseada em
Goiânia.
O acidente
O acidente aconteceu por volta
de 19h de sexta-feira. Morreram o
presidente da Mabel de Ribeirão
Preto, Udélio Scodro, 72, seu filho
Cláudio Scodro, 44, gerente-geral,
o gerente industrial Hector Arcádio Lopes, 48, o supervisor de
vendas Ricardo Chabud, 51, o gerente de qualidade Antônio Augusto Vieira, 48, e o piloto Orládio
Domingues, 49.
Os vôo saiu de Goiânia (GO) às
17h58 com destino a Ribeirão Preto. De acordo com Sandro "Mabel" Scodro, presidente da empresa em Goiás, aconteceu uma reunião do conselho de administração da empresa na unidade industrial de Aparecida de Goiânia
durante todo o dia.
De acordo com técnicos do Serac, funcionários de uma fazenda
chegaram ao local cerca de dez
minutos depois do acidente e ainda tentaram socorrer os passageiros. "Eles falaram que tinha fumaça na cabine e que os passageiros
estavam desacordados. Eles ainda
tentaram chamar, mas não conseguiram acordá-los. Depois, o
avião começou a pegar fogo e não
houve mais jeito", disse um técnico, que não quis se identificar.
Os seis corpos estavam carbonizados e a identificação só foi possível graças à posição dos passageiros no avião e a objetos que eles
portavam, como alianças.
(EVANDRO SPINELLI)
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