Ribeirão Preto, Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2010

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Mudança no Plano Diretor pode tirar ônibus do centro

Prefeitura vai apresentar nova lei complementar, que prevê alterações radicais

De acordo com o presidente do Comur, Ribeirão Preto precisa privilegiar o "deslocamento de pessoas, não dos carros"

Silva Junior/Folha Imagem
Ônibus circulamna região central de Ribeirão, ontem à tarde

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Secretaria do Planejamento de Ribeirão apresentará uma lei complementar de mobilidade urbana ao Plano Diretor, que será revisado em 2010, que deve prever mudanças radicais no sistema de transporte coletivo, entre elas a retirada do maior número possível de linhas de ônibus do centro.
O objetivo, segundo o titular da pasta, Ivo Colichio, é facilitar o deslocamento das pessoas, diminuir o tempo de viagem, aumentar a velocidade dos ônibus e reduzir pontos de congestionamento.
O centro é o principal local de embarque e desembarque de passageiros dos ônibus urbanos. Entre 80 mil e 100 mil pessoas passam por dia pelo centro ou têm na região seu destino final, segundo o ex-diretor de urbanismo da prefeitura José Anibal Laguna. A Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.) não informou dados.
Segundo Colichio, a ideia, que depende do aval da prefeita Dárcy Vera (DEM), é propor a criação de estações de embarque rápido, fora da região central, por onde passariam linhas-tronco de integração de bairros. Essas linhas seriam atendidas por ônibus articulados, com capacidade maior que a dos convencionais. Os passageiros seriam levados às estações por linhas secundárias.
Para elaborar a nova lei, a secretaria deve contratar uma consultoria. O resultado é que deve apontar por qual meio de transporte os passageiros que desejam circular no centro chegarão a ele após desembarque nos terminais próximos ao centro -se por linhas de ônibus específicas ou por meio de micro-ônibus, por exemplo.
Para o arquiteto Fernando Freire, presidente do Comur (Conselho Municipal de Urbanismo), Ribeirão precisa de alternativas que privilegiem o "deslocamento de pessoas, não dos carros". Para ele, a iniciativa é "louvável", mas o governo precisará ter coragem para alterar o sistema. "Muitos interesses serão contrariados."
A Folha não conseguiu ouvir a Transerp ou representantes do sindicato das empresas que exploram o transporte.


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