|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ribeirão tem média de 8 feridos por dia em ataques de cães
No ano passado, o Centro de Controle de Zoonoses
da cidade registrou 2.868 acidentes com cachorros
Especialista afirma que a maioria dos ataques dos animais está relacionada a atitudes negligentes tomadas pelos donos
ADEMIR TERRADAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O Centro de Controle de
Zoonoses de Ribeirão Preto registrou 2.868 acidentes envolvendo cães nos 12 meses de
2009, uma média de oito pessoas feridas por dia. Segundo a
coordenadora do setor de vacinas da Vigilância Epidemiológica, Elizabeth Paganini, em
média dez pessoas passam pelo
setor diariamente para receber
imunização contra a raiva.
"Na maior parte são acidentes, como quando a pessoa mexe com o filhote do animal ou
na vasilha de alimento. Isso faz
o cão avançar no próprio dono",
afirmou Paganini. A coordenadora diz ainda que, nos casos de
animais que avançam em pessoas desconhecidas, os cães das
raças rotweiller e pit bull são os
que mais aparecem nos registros considerados graves.
"Essas raças têm mordeduras muito mais fortes e, por isso, provocam ferimentos profundos", diz o veterinário Murilo Henrique Quintino, do
Grupo de Pesquisa do Comportamento Animal da Unesp de
Jaboticabal.
Segundo ele, a maioria dos
casos de ataques de animais está relacionada a atitudes negligentes dos donos de cães. "Coisas que para nós são comuns
podem representar uma ameaça ao animal, como um gesto
mais agressivo ou barulho mais
alto. Isso pode motivar um ataque", afirma.
Foi o que aconteceu com
Cândido Soares de Souza, 11,
que foi mordido na panturrilha
após assustar o cachorro na casa de uma tia, há um mês, no
Jardim Marchesi. "Passei correndo perto dele, ele se assustou e me mordeu", afirma. Souza precisou tomar vacina e passar por acompanhamento por
duas semanas na unidade de
saúde do bairro onde mora.
Segundo o veterinário, uma
alternativa para diminuir o número de ocorrências é a castração de animais, que pode ser
feita gratuitamente pelo Centro de Controle de Zoonoses de
Ribeirão, desde que o dono
comprove renda bruta inferior
a dois salários mínimos.
"Para aqueles que têm condições de pagar nós indicamos
clínicas e associações que fazem esse procedimento", afirma Luiz Carlos Martins Oliveira, que responde interinamente pela administração do local.
"A castração faz a agressividade do cão diminuir e pode garantir um convívio mais tranquilo com a família e com as
crianças", diz Quintino. O veterinário afirma ainda que o uso
de focinheiras e enforcadeiras é
recomendado para as raças de
maior porte.
"Quando o dono tem consciência que a força do cão não
pode ser contida apenas por
uma coleira, é uma questão de
responsabilidade usar instrumentos que impedem a mordida e o ataque", afirma.
Texto Anterior: Associação faz castração de cachorros Próximo Texto: Orlândia: Homem é morto a tiros em bairro na periferia Índice
|