Ribeirão Preto, Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2010

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Ribeirão tem média de 8 feridos por dia em ataques de cães

No ano passado, o Centro de Controle de Zoonoses da cidade registrou 2.868 acidentes com cachorros

Especialista afirma que a maioria dos ataques dos animais está relacionada a atitudes negligentes tomadas pelos donos

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O Centro de Controle de Zoonoses de Ribeirão Preto registrou 2.868 acidentes envolvendo cães nos 12 meses de 2009, uma média de oito pessoas feridas por dia. Segundo a coordenadora do setor de vacinas da Vigilância Epidemiológica, Elizabeth Paganini, em média dez pessoas passam pelo setor diariamente para receber imunização contra a raiva.
"Na maior parte são acidentes, como quando a pessoa mexe com o filhote do animal ou na vasilha de alimento. Isso faz o cão avançar no próprio dono", afirmou Paganini. A coordenadora diz ainda que, nos casos de animais que avançam em pessoas desconhecidas, os cães das raças rotweiller e pit bull são os que mais aparecem nos registros considerados graves.
"Essas raças têm mordeduras muito mais fortes e, por isso, provocam ferimentos profundos", diz o veterinário Murilo Henrique Quintino, do Grupo de Pesquisa do Comportamento Animal da Unesp de Jaboticabal.
Segundo ele, a maioria dos casos de ataques de animais está relacionada a atitudes negligentes dos donos de cães. "Coisas que para nós são comuns podem representar uma ameaça ao animal, como um gesto mais agressivo ou barulho mais alto. Isso pode motivar um ataque", afirma.
Foi o que aconteceu com Cândido Soares de Souza, 11, que foi mordido na panturrilha após assustar o cachorro na casa de uma tia, há um mês, no Jardim Marchesi. "Passei correndo perto dele, ele se assustou e me mordeu", afirma. Souza precisou tomar vacina e passar por acompanhamento por duas semanas na unidade de saúde do bairro onde mora.
Segundo o veterinário, uma alternativa para diminuir o número de ocorrências é a castração de animais, que pode ser feita gratuitamente pelo Centro de Controle de Zoonoses de Ribeirão, desde que o dono comprove renda bruta inferior a dois salários mínimos.
"Para aqueles que têm condições de pagar nós indicamos clínicas e associações que fazem esse procedimento", afirma Luiz Carlos Martins Oliveira, que responde interinamente pela administração do local.
"A castração faz a agressividade do cão diminuir e pode garantir um convívio mais tranquilo com a família e com as crianças", diz Quintino. O veterinário afirma ainda que o uso de focinheiras e enforcadeiras é recomendado para as raças de maior porte.
"Quando o dono tem consciência que a força do cão não pode ser contida apenas por uma coleira, é uma questão de responsabilidade usar instrumentos que impedem a mordida e o ataque", afirma.


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