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UFSCar foi alertada sobre falta de hospital
Documento de junho do ano passado apontava falta de programação para o internato da medicina
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A suspensão das aulas do
quinto ano do curso de medicina da UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos) não
ocorreu devido a dificuldades
naturais a todo curso em processo de implantação, como defende a reitoria da instituição.
É o que revela um documento encaminhado em junho de
2009 aos órgãos colegiados da
UFSCar pelo então chefe do
Departamento de Medicina,
Marcelo Marcos Piva Demarzo.
O atual reitor, Targino de
Araújo Filho, foi uma das pessoas a receber esse documento.
No ofício, ao qual a Folha teve acesso, Demarzo apontava
"ausência total de programação do internato", período de
formação obrigatória do curso
no qual os alunos dos quinto
(penúltimo) e sexto (último)
anos estagiam em hospitais.
No mesmo documento, o então chefe do departamento pedia que a UFSCar equacionasse
o problema de uma forma "rápida e efetiva" devido "à urgência do mesmo".
Isso significa que, em junho
do ano passado, a universidade
já havia sido alertada de que o
Hospital Escola, que está em
construção, não ficaria pronto
em janeiro deste ano, mês em
que os alunos deveriam ter começado o internato.
Ontem, o departamento encaminhou uma manifestação
por escrito à universidade, que
deve ser publicada na próxima
segunda-feira. Foi o posicionamento público do departamento desde a suspensão das aulas
dos alunos do quinto ano, ocorrida no dia 30 de abril.
Na carta, o departamento
questiona a reitoria sobre o
modo como a instituição tratou
do assunto e diz que a operacionalização do projeto político-pedagógico do curso tem
mostrado "problemas graves".
Procurada pela Folha, a assessoria da UFSCar disse que a
instituição não se pronunciaria
sobre o assunto.
Ontem e anteontem, a coordenação do curso de medicina
da UFSCar visitou dois hospitais públicos vinculados à Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo) na capital e na grande São Paulo e o Hospital Estadual de Américo Brasiliense,
que está sendo cogitado agora
como opção para o internato.
A expectativa é que haja uma
decisão sobre a retomada das
aulas entre terça e quarta da
próxima semana.
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