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Ciretran ainda depende de terceirizados
Há 8 meses, Estado trocou funcionários de associação por concursados, mas serviço continua sendo feito fora
Autoescolas dizem que os servidores são inexperientes e em nº inferior ao necessário para cuidar das CNHs
Márcia Ribeiro/Folhapress
![](../images/r1507201001.jpg) |
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Pessoas aguardam atendimento na Ciretran de Ribeirão Preto, que trocou terceirizados por servidores contratados
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Funcionários terceirizados
proibidos de trabalhar na Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Ribeirão
Preto continuam fazendo o
mesmo trabalho, mas em um
prédio da Associação de Autoescolas do município.
Por determinação do Detran, em novembro do ano
passado, as Ciretrans tiveram que substituir os funcionários de empresas privadas
que trabalhavam dentro das
unidades por servidores
aprovados em concurso.
A substituição dos terceirizados foi uma resposta a
ações movidas contra o órgão pelo Ministério Público
de várias cidades, incluindo
Ribeirão e Franca.
Os promotores alegavam
que funcionários da iniciativa privada não poderiam desempenhar funções originalmente de servidores públicos
do Estado.
Em Ribeirão, segundo o
presidente da associação,
Antônio Geraldo, 4 dos 14
funcionários que trabalhavam dentro da Ciretran -e
que eram pagos pelas autoescolas- foram remanejados para o prédio da associação, onde continuaram fazendo o mesmo trabalho. Alguns trabalhavam na delegacia havia cerca de 20 anos.
"Como o número de funcionários concursados não
foi suficiente e eles não têm
nenhuma experiência com
esse tipo de trabalho tivemos
muitos problemas de devolução de documentos", disse.
Por esses motivos, os terceirizados acabam fazendo
uma espécie de "auditoria"
na documentação que as autoescolas enviam a eles e somente depois tudo é encaminhado para a Ciretran, a
quem cabe oficializar.
O objetivo, de acordo com
Geraldo, é agilizar as emissões dos documentos e evitar
que alunos percam provas.
"Apenas nos protegemos para melhorar o atendimento
aos alunos", disse Geraldo.
Ele afirma, no entanto,
que todos os documentos
também são conferidos pelos
funcionários da Delegacia de
Trânsito.
"Outro problema é que a
Ciretran não tem funcionários suficientes para fazer esse trabalho. Agora em julho
então a situação piora, já que
muitos entram em férias e
não há substitutos."
Para o dono da autoescola
Santo Antônio, Antônio Mateus Junqueira Enout, a medida é válida, principalmente para evitar a devolução de
documentos e atrasar a aprovação de CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação).
"Só daqui a um ano os funcionários concursados vão
ter uma boa experiência para
lidar com essa documentação. Sem falar que seria preciso o dobro de trabalhadores para atender a demanda
de Ribeirão."
A "auditoria" terceirizada,
segundo as autoescolas, não
eleva o valor da CNH ou dos
outros documentos.
"Antes já pagávamos para
o terceirizado trabalhar dentro da Ciretran e a taxa padrão do Estado. Isso não mudou", disse Enout.
A CNH de carro e moto custa em média R$ 1.000 nas autoescolas de Ribeirão, já com
todas as taxas e aulas exigidas por lei.
"O valor é baixo, se pensarmos que são 40 aulas e todas as taxas que pagamos
para a associação e o Estado", afirmou Enout.
Ribeirão tem cerca de 80
autoescolas e, por mês, cerca
de 4.000 novos processos para a primeira habilitação e
adição de categorias dão entrada na Ciretran.
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