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Aliança desagrada petistas
DA FOLHA RIBEIRÃO
Militantes históricos, fundadores do PT de Ribeirão e ex-integrantes, ligados a alas mais radicais do partido, criticam a posição
de lideranças petistas se aliarem
aos usineiros.
Para o fundador número 1 do
PT em Ribeirão, Edmundo Raspanti, o partido deveria estar reivindicando melhores salários e
condições de trabalho para os
cortadores de cana-de-açúcar.
"Não pode ficar apenas negociando com empresário. Tem de ver o
lado do bóia-fria também."
Raspanti defendeu, no entanto,
que o PT deve levantar a bandeira
do álcool como uma fonte viável
de energia para o país.
O publicitário Genival Silva, ex-membro da executiva estadual da
sigla, é mais radical. "Isso (a união
com empresários do setor sucroalcooleiro) é um absurdo. Está
faltando coerência. O PT é o Partido dos Trabalhadores. Não se trata de sectarismo, mas o partido
deveria ser fiel às suas próprias
raízes", disse ele.
Para o publicitário, opositor ferrenho de Antônio Palocci Filho, a
discussão sobre a retomada do
Proálcool não é um assunto municipal, mas, sim, nacional. "Os
prefeitos não têm nada a ver com
isso", afirmou ele.
Já para o promotor de Justiça
Marcelo Goulart, que concorreu
pelo PT à Prefeitura de Sertãozinho, em 1992, a postura do partido é uma contradição.
"O partido está apoiando um
sistema de produção que se baseia intrinsecamente na exclusão
social", declarou.
De acordo com ele, o PT busca
essas "alianças" porque tornou-se
um partido da "ordem", que luta
para conquistar e permanecer no
poder. "O PT não busca mais desenvolver programas de reforma
social. Estão modificando tudo
para deixar como está", disse.
O promotor disse que pôde perceber a força dos usineiros no Legislativo quando tentou combater
as queimadas na região.
"As Câmaras aprovaram leis
autorizando essas queimadas",
afirmou.
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