Ribeirão Preto, Domingo, 15 de Novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Produção de cana recua quase 3%, diz instituto

Área plantada e produção crescem no Estado, mas caem na região de Ribeirão

Região do Escritório de Desenvolvimento Rural de Araraquara é a que sofreu a maior redução na atual safra de cana-de-açúcar

LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Embora a área plantada de cana-de-açúcar e a produção tenham aumentado no Estado de São Paulo, os números da região de Ribeirão Preto não acompanharam o avanço. A área nas cidades abrangidas pelos seis Escritórios de Desenvolvimento Rural da região caiu 0,28% e a produção de cana recuou 2,87%, na comparação com o mesmo período da safra anterior.
Os dados são do estudo de campo feito em setembro sobre a safra atual da cana, pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura.
Na região, foram 1,822 milhão de hectares de cana plantados em 2009 ante 1,833 milhão na safra anterior -recuo de 0,28%. Já a produção da cana caiu de 144,2 milhões de toneladas para 140,1 milhões de toneladas na safra atual.
No Estado, a área plantada cresceu apenas 1% e totalizou 5,46 milhões de hectares, mas a produção deve aumentar 6,86%, atingindo um total de 414,078 milhões de toneladas.
Na região, a área abrangida pelo Escritório de Desenvolvimento Rural de Araraquara é a que sofreu a maior queda de área plantada (-14,8%) e de produção (-20,2%). Mais uma vez, o excesso de chuva no campo, que atrapalhou a colheita da cana, é apontado como a causa principal para a queda na produção em algumas regiões.
O pesquisador do IEA Sérgio Alves Torquato disse que a área plantada na região também não evoluiu porque já existem sinais de saturação. "Acaba não tendo tanto espaço para expansão nessas regiões. A expansão da cana deve ocorrer mesmo é na região oeste do Estado, em substituição a áreas de pastagens", disse.
O presidente da Canaoeste (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Manoel Ortolan, disse que a falta de crédito para o produtor também colaborou para que a área plantada na região não avançasse.
"Houve um período crítico de falta de crédito, falta de pagamento de usinas e de preço ruim das últimas duas safras. Então, o pessoal renovou o mínimo possível [do canavial]", disse Ortolan.
Já o diretor regional da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Sérgio Prado, afirmou que o problema na safra deste ano não envolve a quantidade de cana produzida, mas, sim, a dificuldade de colheita. Segundo ele, se não fosse a chuva, muitas usinas da região já teriam encerrado a moagem.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Foco: Incubadora de empresas de São Carlos tem faturamento recorde de R$ 8,7 milhões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.