Ribeirão Preto, Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010

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FOCO

Pedreiros protestam para ser demitidos e atingem objetivo

DE RIBEIRÃO PRETO

Cerca de 80 trabalhadores da construção civil fizeram um protesto ontem em Ribeirão Preto para serem mandados embora pela construtora OAS -e conseguiram. A maioria é de migrantes vindos do Norte e Nordeste, alguns ex-cortadores de cana. Eles queriam voltar para casa antes do Natal.
A manifestação ocorreu em frente ao escritório da empresa, que, entre outras obras, atuou na construção do Extra. Eles alegaram que a OAS se comprometeu a dispensá-los em dezembro com o acerto do pagamento, mas não havia cumprido a promessa até ontem.
Pelo menos dez dos migrantes já estavam com passagens compradas para a próxima terça-feira para Feira de Santana (BA).
A Polícia Militar chegou a ser chamada ao local. Após a exibição do protesto na TV e em sites, à tarde, trabalhadores disseram à Folha que um representante da empresa se comprometeu a fazer o acerto em dez dias.
Para quem viajaria, o dinheiro seria depositado na conta bancária. Era o caso do pedreiro Antônio Araújo Pereira, 33. "Disseram que nos liberariam, e a gente aqui esperando. Todo mundo tem mulher, filho fora."
Em nota, a OAS diz cumprir a lei e que condições oferecidas ao grupo "estão em sintonia com as orientações dos órgãos responsáveis".

ALOJAMENTO
Os pedreiros mostraram para jornalistas a condição de moradia. Eles se dividam em duas casas alugadas. Em uma delas, se "espremiam" 40 homens em quatro quartos com só um banheiro.
Eles improvisaram mais um banheiro, dividido por madeirites. Até a garagem foi fechada com pedaços de madeira e transformada em quarto, com beliches e colchões. Eles recebem marmitex no almoço.
Fiscais da Subdelegacia do Trabalho devem visitar hoje o local alugado, que pode receber multa ou mesmo ser interditado.
(JULIANA COISSI)


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