Ribeirão Preto, Quarta-feira, 16 de Março de 2011

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Empresário acusa desvio na Prefeitura de Barretos

Dono da Poly Aço do Brasil diz que dinheiro foi usado em campanha de 2008

Prefeito petebista nega as acusações e diz que pretende processar proprietário da empresa após as investigações

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O dono da Poly Aço do Brasil, Danilo Cesar do Nascimento, entregou no último dia 11 ao Ministério Público um ofício que acusa um suposto esquema de desvio de dinheiro público da Prefeitura de Barretos para a campanha de reeleição de Emanoel Carvalho (PTB), em 2008.
A acusação ocorreu em resposta a críticas do prefeito da cidade à empresa, contratada da administração desde 2006 para a obra de reforma do Cine Barretos, que desde 2009 não saiu do papel.
"Denuncio que foram mais de R$ 280 mil, em espécie, desviados das medições "fantasmas" para a campanha eleitoral do senhor prefeito Emanoel Carvalho", afirma o empresário no documento enviado à Promotoria.
O prefeito negou as acusações. À Folha, ele afirmou que não procedem as acusações de Nascimento e atacou a empresa.
Disse ainda que irá processar o empresário ao término das investigações (leia texto nesta página).
Nascimento, por sua vez, diz que o valor de desvio é ainda "muito maior". "O restante ainda será calculado depois porque depende de solicitação de microfilmagem no banco", disse ontem.
Na representação, Nascimento afirma também que o suposto esquema era operado por Dahas Mahamud Ali, ex-sócio da empresa que hoje é diretor de obras da Prefeitura de Barretos, nomeado por Emanoel.
Segundo o ofício do empresário, a prefeitura repassava o dinheiro para a realização das obras, mas parte do valor era "devolvido" para a campanha do prefeito à reeleição, como cumprimento de um "acordo" fechado previamente.
"Quando soube [do suposto esquema], comecei a discordar do meu ex-sócio", afirmou Nascimento, quando questionado.
A Poly Aço do Brasil foi contratada para fazer a recuperação do Cine Barretos e deveria ter entregue a obra até o final de fevereiro.
Como o serviço não foi concluído, o prefeito queria o aval do Ministério Público para contratar outra empresa que pudesse finalizar o serviço, orçado em R$ 700 mil, segundo o petebista.
As acusações de Nascimento serão analisadas pela Promotoria, que já apura as obras do Cine Barretos.


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