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Criação de empregos é a maior em 11 meses
Nas 53 cidades da região de Ribeirão com mais de 10 mil habitantes, foram abertos 15.448 postos de trabalho no mês passado
Pelo 3º mês consecutivo, Franca liderou o ranking de novas vagas na região,
com 2.397, a maioria nas indústrias de calçados
Edson Silva/Folha Imagem
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Operários trabalham em prédio no bairro Nova Aliança, na zona sul de Ribeirão; setor da construção civil criou 296 vagas em março
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A abertura de novos postos
de trabalho na região de Ribeirão atingiu, em março, o maior
nível em 11 meses. Dados do
Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados),
do Ministério do Trabalho,
mostram que no mês passado
foram abertas 15.448 vagas de
empregos nas 53 cidades da região com mais de 10 mil habitantes. Em abril de 2009, o saldo tinha sido de 16.744.
O início da safra de cana-de-açúcar e a aceleração da atividade industrial absorveram a
maior parte da mão de obra
contratada no período.
Pelo terceiro mês consecutivo, Franca liderou a contratação na região. Foram 2.397 vagas abertas, sendo 2.488 somente no setor industrial, especializado em calçados.
Além do período de recontratação dos sapateiros -que, tradicionalmente, são demitidos
ao final do ano, quando cessam
os pedidos dos lojistas-, as
contratações na indústria calçadista francana neste ano estão sendo impulsionadas pela
aprovação da taxação aos calçados chineses.
Com os modelos da concorrência asiática mais caros, os
empresários de Franca estão
aproveitando para aumentar a
produção e, para isso, precisam
de mais funcionários.
Mas casos como o de Franca
são uma exceção na área industrial. Na maior parte dos segmentos do setor, segundo Alberto Borges Matias, professor
da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da
USP, a contratação está só recompondo o quadro de funcionários que foi enxugado ao longo de 2009 por causa da crise.
"A indústria foi o setor que
mais sofreu, então essa recuperação de empregos é sobre uma
base fraca", disse Matias.
Segundo o gerente regional
do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de
Ribeirão, Fabiano Guimarães,
os empresários só voltaram a
investir a partir deste ano, já
que no primeiro semestre do
ano passado faltou crédito. Esse investimento, disse Guimarães, é que está alavancando o
nível de emprego.
A contratação para a safra de
cana-de açúcar, que foi antecipada de abril para março neste
ano visando a colheita do que
restou nos canaviais da safra
anterior, também contribuiu
para inflar os números do emprego na região nesta época.
Entre os dez municípios que
mais criaram vagas em março
deste ano, sete -Pontal, Morro
Agudo, Sertãozinho, Pitangueiras, Igarapava, Olímpia e Colina, nesta ordem- ou abrigam
usinas ou servem como cidades-dormitório para os trabalhadores do setor.
Em Matão, a agropecuária foi
vilã, responsável por fazer da
cidade a maior perdedora de
vagas da região: 1.938.
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