Ribeirão Preto, Quinta-feira, 16 de Junho de 2011

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Santa Casa de Franca corta consultas

Decisão de interromper parte dos atendimentos ambulatoriais vai atingir ao menos 22 municípios da região

Hospital diz que tem deficit mensal de R$ 2 milhões e uma dívida que está acumulada em cerca de R$ 42 milhões


LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Com um deficit mensal de aproximadamente R$ 2 milhões e uma dívida que já acumula cerca de R$ 42 milhões, a Santa Casa de Franca anunciou ontem cortes nos atendimentos.
Como o hospital é a principal instituição de saúde que atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na microrregião de Franca, a medida vai afetar ao menos 22 cidades.
De acordo com a direção da Santa Casa, os cortes vão atingir de imediato cerca de 1.600 consultas ambulatoriais por mês em várias especialidades, como cardiologia, reumatologia, ortopedia, pneumologia, entre outras.
Outros cortes serão progressivos e atingirão cirurgias eletivas sem urgência, que são em torno de 350 por mês, de acordo com Fernando Bueno Ribeiro, superintendente da fundação que mantém a Santa Casa.
Nessa mesma situação estão outros serviços prestados pelo hospital por meio do SUS, como procedimentos de quimioterapia e hemodiálise.
"Alguns serviços críticos nós não vamos simplesmente largar amanhã, mas vamos encaminhar documentos para o Estado para que ele arrume outro local ou pague para a gente fazer", disse Ribeiro.
Segundo ele, os atendimentos do SUS correspondem a 93% do total.
O superintendente cobra aumento nos repasses do Estado e diz que prefeituras da região que utilizam os serviços também não têm colaborado financeiramente.
Estado e prefeituras ouvidas pela Folha negam que devam valores à Santa Casa.
Ribeiro diz que o Estado não vem cumprindo um acordo, feito em agosto do ano passado, que previa R$ 600 mil de repasses por mês. O montante, diz ele, já se acumula em R$ 5 milhões.
Agora, a instituição quer outros R$ 2 milhões por mês para suprir o deficit.
"Nós queremos que o Estado sente conosco e resolva a questão financeira. Caso contrário, não temos futuro", afirmou Ribeiro.
Dos R$ 42 milhões devidos pela Santa Casa, cerca de R$ 30 milhões são para instituições financeiras. Os R$ 12 milhões restantes são devidos para fornecedores.


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