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TJ manda prefeitura abrir creches nas férias
Liminar prevê atendimento durante todo o ano às crianças de até 5 anos
Decisão deve ser aplicada em Ribeirão a partir de janeiro; secretária diz que escolas não podem virar "depósito de crianças"
Silva Junior/Folha Imagem
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A enina Kathllen, de 3 nos, brinca com ursinho à frente da mãe, Claudinéia ereira e raújo, que dá entrevista no Parque Ribeirão
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Creches e escolas de ensino
infantil de Ribeirão Preto terão
de funcionar durante o recesso
de julho e as férias de janeiro,
sob pena de pagar R$ 5.000 por
dia em caso de descumprimento. É o que determina liminar
do Tribunal de Justiça de São
Paulo publicada ontem. A medida atinge cerca de 17 mil
crianças de zero a cinco anos.
A decisão provisória é resultado de ação civil pública movida pela Defensoria Pública de
São Paulo em dezembro de
2008 para obrigar a abertura
das unidades já nas últimas férias. Como a Justiça de Ribeirão negou o pedido de liminar,
a Defensoria recorreu ao TJ.
Com a decisão, que admite
recurso, a prefeitura terá de
oferecer atendimento a alunos
durante o ano inteiro.
"A prefeitura terá de se organizar de acordo com a demanda
de crianças. As creches e pré-escolas não são apenas unidades educacionais, mas também
um centro de assistência social.
É um apoio aos pais e mães que
trabalham fora", disse Victor
Hugo Albernaz Junior, coordenador da Defensoria.
A secretária da Educação,
Débora Vendramini, disse que
vai aguardar ser notificada sobre a liminar antes de tomar
providências, mas deixou claro
que a medida não a agrada.
"Como fica a convivência familiar? Creche não é um depósito de crianças. Além disso,
também preciso dar férias aos
trabalhadores. Isso [a ação] é
uma herança da administração
passada, já que foi proposta em
dezembro. Mas, o que tiver que
fazer, vamos cumprir", disse.
Segundo Albernaz Junior, a
situação pode ser resolvida por
meio de um acordo. "Podemos
chegar a uma decisão amigável
e firmar um TAC [Termo de
Ajustamento de Conduta]." Segundo ele, a multa será aplicada
caso a prefeitura não atenda à
demanda de alunos.
Para o sindicato dos servidores, é preciso chegar a um acordo para que funcionários, professores e alunos não sejam
prejudicados.
"Daqui a pouco o Estado vai
fazer o papel de pai de família.
As crianças precisam de férias,
do convívio dos pais, de atividades diferentes. E contratar professores em regime emergencial pode não ser a melhor saída", disse o presidente do sindicato, Wagner Rodrigues.
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