Uma empresa será contratada para aumentar para 3.000 a interrupção do abastecimento; ideal, afirma Daerp, é 10 mil

A medida valerá para os consumidores residencial, comercial e industrial; não vale, contudo, para o setor público, que deve R$ 30 mi

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão) vai dobrar o número de corte de ligações de água feitos mensalmente na cidade por falta de pagamento. Hoje, são 1.500 cortes por mês em média, valor que deve subir para 3.000 após a conclusão da licitação que a autarquia abre nos próximos dias. O serviço é terceirizado.
A medida valerá para os consumidores residenciais, comerciais e industriais, mas não para o setor público, que devia, até abril, R$ 30 milhões ao Daerp. Desse total, R$ 23,4 milhões correspondiam a dívidas da própria prefeitura. Ontem, a Folha não teve acesso aos números da dívida atualizados.
Segundo Tanielson Campos, superintendente do Daerp, o objetivo da autarquia é aumentar ainda mais o número de cortes a partir do próximo ano. "O ideal seriam 10 mil cortes por mês", disse. O número corresponde à média de consumidores que ficam sem pagar a conta de consumo de água e esgoto a cada 90 dias.
O prazo para que a autarquia interrompa o fornecimento de água é uma exigência legal. Antes de efetuar o corte, o Daerp tenta negociar com o consumidor, com cartas de cobrança.
Até abril, a autarquia tinha R$ 124,3 milhões para receber, segundo dados da diretoria financeira do órgão. Outros R$ 38,762 milhões já estavam sendo cobrados na Justiça.
O superintendente do Daerp não disse como (ou se) vai forçar o setor público a pagar suas contas. Em abril, o diretor financeiro e administrativo do órgão, Ailton Carlos Gallo, disse à Folha que nenhuma secretaria, exceto a Educação, pagava suas contas antes de 2008.
De acordo com o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão, João Gandini, não há ações de cobrança do Daerp contra o setor público.


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