Ribeirão Preto, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011

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Sem "caixa", Franca quer exportar mais

Indústria calçadista tenta recuperar o patamar de vendas para o exterior de 2008, mas sem grande investimento

Couromoda, feira que começa hoje, é vitrine; setor reclama da concorrência chinesa e da carga tributária

Silva Júnior/Folhapress
Rubian Marcos de Rezende trabalha na linha de produção de calçados da fábrica Albanese,no distrito industrial de Franca

LEANDRO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A FRANCA

Tentar recompor os níveis de exportações, mas sem grandes investimentos. Esse é o quadro traçado pelo setor calçadista de Franca para este início de ano.
"A concorrência da China, a carga tributária elevada e a burocracia que nos impede de exportar criam uma situação que deixa qualquer um apreensivo", disse o presidente do Sindifranca (Sindicato das Indústrias Calçadistas de Franca), José Carlos Brigagão do Couto.
Uma maneira para iniciar bem o ano é a Couromoda -maior feira do segmento na América Latina-, que começa hoje em São Paulo. Ao menos 130 empresas da cidade estarão no evento.
Embora as exportações das indústrias de Franca tenham registrado uma leve recuperação no ano passado, ainda está longe do patamar considerado ideal, na opinião de Brigagão.
Segundo o Sindifranca, 2010 fechou com 3,378 milhões de pares exportados ao exterior, uma alta de 8,77% em relação aos 3,105 milhões negociados em 2009.
O número, porém, ainda não recupera o patamar pré-crise -em 2008 as exportações haviam totalizado 4,494 milhões de pares de sapato.
O que tem amenizado a situação dos exportadores, diz Brigagão, é que o faturamento com as vendas no exterior tem crescido em ritmo um pouco maior, pela alta do valor agregado do calçado.
Apesar das vendas em ritmo menor, de 2009 para 2010 as exportações renderam 20,8% a mais em dinheiro para as empresas, totalizando US$ 97,1 milhões.

DIFERENCIAL
É a busca por um produto com qualidade diferenciada que tem mantido as indústrias francanas na briga por espaço no mercado externo.
Um exemplo é a Albanese, que fabrica cerca de 200 mil pares por ano. Segundo o gerente de exportações da empresa, Douglas Chiaroni, a fabricação de uma linha superior, com solado em couro e foco em design, garantiu clientela cativa no exterior.
Chiaroni diz que o ritmo de exportações já foi maior -hoje na casa de 15% a 20%, no passado já bateu os 40% da produção-, mas que o nível atual ainda é "aceitável".
Como não concorre diretamente com o produto chinês, de qualidade inferior, a empresa conseguiu espaço em mercados diferenciados, como no Oriente Médio, na Tanzânia e na Austrália.
O curioso é que ela negocia na própria China, de olho em um público exigente, que não consome peças de qualidade inferior produzidas lá.
"Em fevereiro vamos para a China negociar contratos", disse Chiaroni. A viagem terá a participação de outras indústrias francanas.


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