Ribeirão Preto, Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Foco

PF e Promotoria fecham bingo em Ribeirão pela segunda vez neste ano

DA FOLHA RIBEIRÃO

O Ministério Público e a Polícia Federal lacraram ontem, pela segunda vez no ano, o Bingo Beija Flor (antigo Bingo Real), único em atividade na cidade, que funcionava desde a última sexta-feira no prédio do antigo Cine São Paulo, na rua São Sebastião, região central de Ribeirão.
Segundo o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Flávio Okamoto, o local funcionava com base em uma decisão judicial de Caxias do Sul (RS), que não vale para Ribeirão.
"Lacramos com base na decisão do TRF [Tribunal Regional Federal] de 2007, que proíbe este tipo de atividade especificamente neste endereço, mas a alegação deles é totalmente irregular", disse.
Segundo Okamoto, na decisão em questão, a juíza gaúcha apenas julgou improcedente a tentativa de dissolução da empresa JR, registrada lá, proposta pelo Ministério Público local. "Não tem valor como liminar", disse.
O MP havia notificado o estabelecimento na própria sexta-feira, para evitar alegação de desconhecimento. O prazo, de 48 horas, venceu às 15h30 de anteontem.
Um representante da casa, que se identificou como Marcos Fábio, afirmou apenas que "foi protocolado, às 16h, no Ministério Público, documento com as razões pelas quais nós podemos funcionar legalmente".
O gerente da casa, Mario Rampazzo, foi levado para a sede da PF, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado por desobediência. Nem ele nem o advogado do bingo, que chegou cerca de 20 minutos depois da ação da polícia e não se identificou, aceitaram dar entrevista.
No momento da chegada dos agentes da PF, cerca de 350 pessoas (a lotação máxima é de 400 pessoas) jogavam. Todos tiveram que sair às pressas e deixar para trás as cartelas inacabadas. Tanto os usuários quanto os funcionários reclamaram da ação.
"Eles só fazem isso para estragar a diversão do povo. Quem está aqui é porque quer, não é obrigado", disse a aposentada Maria Aparecida de Castro Vieira, 64.
"São mais de 60 pessoas com emprego aqui que amanhã já não têm mais o que fazer. Como resolver isso?", questionou um funcionário que não se identificou.


Texto Anterior: Apenas 25% das vagas previstas foram criadas
Próximo Texto: Pai envenena filhos e se mata em Itápolis
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.