Ribeirão Preto, Terça-feira, 17 de Maio de 2011

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Dengue faz triplicar média de hemogramas

Número de exames, que era de 7.000 em janeiro, saltou para 20 mil

Com 10.350 casos registrados até 4 de maio, Ribeirão vive sua segunda pior epidemia da doença na história


ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

A epidemia de dengue em Ribeirão fez a média de hemogramas -exames que dão informações sobre as células e elementos do sangue- crescer 185% no primeiro quadrimestre deste ano.
Dados da Vigilância Epidemiológica apontam que foram registrados 10.350 casos de dengue na cidade neste ano -a segunda pior epidemia da doença.
Em janeiro, o laboratório do hospital Santa Lydia realizava uma média de 7.000 hemogramas para diagnóstico de dengue. Com o aumento no número de casos em abril, já são cerca de 20 mil testes.
No laboratório do Santa Lydia, são analisadas amostras de sangue colhidas em 40 unidades de saúde da rede municipal. Os testes passaram a ser feitos no hospital no início deste ano.
Para que os exames possam ser entregues no mesmo dia em que o sangue é coletado, cerca de dez técnicos trabalharam até quatro horas a mais diariamente.
A jornada fora do período de epidemia é de 44 horas semanais. "Chegamos a fazer 12 horas [por dia], mas agora começou a cair [o número de exames]", diz a chefe do laboratório, Lúcia Serve.
O diretor-administrativo da Fundação Hospital Santa Lydia, Ariclenes Garcia da Silva, não informou quanto foi gasto para o pagamento de horas extras.

CASOS GRAVES
Segundo a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Ana Alice Castro e Silva, o hemograma é fundamental para o diagnóstico da dengue e o monitoramento de casos graves.
"A infecção pelo vírus da dengue provoca alterações como queda nas plaquetas, modificações no número de leucócitos. Com ele, é possível acompanhar o estado do paciente", afirma.
Os testes de NS1, que complementam o diagnóstico do hemograma, são feitos por um laboratório municipal da UBDS do Castelo Branco.
Segundo o gerente da unidade, Vanderlei Mega, o número de exames realizados por dia chegou a 200 no auge da epidemia, entre os meses de março e abril. "Calculo que fizemos 20 mil exames em quatro meses."
Há cerca de duas semanas, no entanto, os testes rápidos estão em falta.
De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, a empresa Virion deixou de entregar cerca de cem exames por problemas alfandegários.
A vigilância deve pedir a compra de kits em caráter emergencial. Por enquanto, os testes em estoque estão sendo usados apenas para casos graves.


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