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CRISE CARCERÁRIA
Polícia de Ribeirão terá de selecionar presos que podem ir para Vila Branca, que foi interditada
Decisão judicial limita entrada de presos
da Reportagem Local
As polícias de Ribeirão Preto terão de selecionar os presos que
ainda podem entrar na Cadeia Pública de Vila Branca, a partir de
amanhã, quando serão oficialmente notificadas sobre a interdição do prédio pela Justiça.
Foragidos recapturados e recém-condenados ao regime semi-aberto não podem mais passar
pela cadeia, segundo o juiz Luís
Augusto Freire Teotônio, 31, que
determinou a interdição do local.
De acordo com o juiz de Ribeirão, os recapturados terão de ser
transferidos pela polícia até as
unidades de onde fugiram.
Os recém-condenados ao regime
semi-aberto serão apresentados à
Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do
Estado de São Paulo), apesar de o
Estado afirmar que faltam vagas
nos presídios agrícolas.
Presos de cadeias da região,
mesmo se condenados em Ribeirão, também não poderão entrar
em Vila Branca, segundo o juiz.
Em 28 páginas, o juiz explica que
há risco de incêndio, faltam condições básicas de higiene e o espaço é insuficiente para o número de
presos na cadeia. "Foram feitos
laudos periciais que comprovam a
falta de condições no local", disse.
O prédio possui 198 camas, mas
abriga, em média, um número três
vezes maior de presos: cerca de
600. Pelo menos um terço deles já
deveria ter sido transferido para
penitenciárias porque já foram
condenados.
O delegado Claudio José Ottoboni, diretor da cadeia, disse ontem
que o prédio está em situação precária. "Só não há outro lugar para
levar os presos", afirmou.
Segundo a Lei de Execuções Criminais, as cadeias públicas, mantidas pela Polícia Civil, deveriam
abrigar somente detentos provisórios (sem condenação).
Contudo, devido à falta de vaga
nas penitenciárias da Coesp, as cadeias ficam superlotadas.
Na sentença, o juiz de Ribeirão
Preto permite que a Cadeia de Vila
Branca continue a receber presos
provisórios até a inauguração do
novo presídio, que deve ser inaugurado no final do ano.
Depois disso, a antiga cadeia será desativada, não podendo ser
reaproveitada como presídio.
As transferências de presos ainda dependem de autorização da
Corregedoria Geral de Justiça
-órgão ligado ao Tribunal de Justiça de São Paulo-, que irá decidir se acata a sentença do juiz.
O parecer deve sair em 30 dias,
segundo o promotor Djalma Marinho Cunha Filho, 35, da Vara de
Execuções Criminais.
Em caso favorável, o governo estadual terá 30 dias para transferir
os presos que têm direito ao regime semi-aberto e 60 dias para retirar os detentos que deveriam estar
nas penitenciárias.
O pedido de interdição tramitava na Justiça desde abril de 97.
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