Ribeirão Preto, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 2010

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Região fecha 1.294 vagas em novembro

Foi a primeira vez no ano que o saldo do emprego com carteira assinada nas maiores cidades ficou negativo

Desempenho foi puxado pelas demissões de fim de safra da cana e da laranja e pela indústria calçadista de Franca

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

As demissões no setor agrícola, ocasionadas principalmente pelo fim das safras de laranja e cana, e os desligamentos nas indústrias de Franca puxaram para baixo o saldo do emprego na região em novembro.
Pela primeira vez no ano o resultado entre admissões e contratações ficou negativo no total das dez maiores cidades: 1.294 postos de trabalho foram fechados. Foram admitidos no período, nas dez localidades, 26.147 trabalhadores, mas o número de demitidos chegou a 27.441.
Os números são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados ontem.
A situação da região só não ficou pior porque os setores de comércio e serviços de Ribeirão Preto, Araraquara e São Carlos conseguiram manter em níveis positivos os índices das três cidades.
O pior desempenho foi registrado em Bebedouro, onde foram fechados 2.672 postos com carteira assinada em um mês, sendo 2.518 no setor agropecuário.
As demissões estão atreladas à citricultura, pois, por causa da seca prolongada registrada no meio do ano, a maioria das propriedades rurais encerrou a safra de laranja mais cedo.
Em um ano típico, nesta época, ainda estariam trabalhando cerca de 80% dos 3.500 colhedores de laranja, segundo o presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Bebedouro, Gonçalves dos Santos.
O agravante é que, como a safra deste ano foi curta, muitos trabalhadores não completaram seis meses de atividade e, por isso, ficaram sem o seguro-desemprego.
As cestas básicas que são distribuídas no fim de ano pelo sindicato aos seus 750 associados, desde 2003, nunca foram tão aguardadas, segundo Santos, por causa dos desempregados.
Franca teve o segundo pior índice das dez cidades, com 787 vagas fechadas. Na cidade, porém, os números estão ligados à sazonalidade do setor industrial, principalmente o calçadista.
O saldo de empregos da indústria de transformação de Franca fechou novembro com 1.360 vagas a menos.
Segundo o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Couto, o número está atrelado ao período, quando as fábricas aumentam os desligamentos em razão da parada de fim de ano.
Ele disse acreditar, porém, que os números de dezembro devem mostrar que as demissões neste ano serão menores. "Por causa da falta de mão de obra especializada e do mercado aquecido, as empresas vão evitar muitas demissões para preservar o quadro de funcionários para o próximo ano", disse.


Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.